OPERAÇÃO BERERÉ
Após faltar duas vezes, deputado depõe, mas sai pelos fundos do Gaeco-MT José Domingos Fraga falou que não havia sido notificado para depor
O último parlamentar que ainda não havia prestado depoimento ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), o fez na manhã desta segunda-feira. O deputado estadual José Domingos Fraga (PSD) falou sobre a suspeita de que ele teria participação no esquema investigado na "Operação Bereré" aos delegados e promotores.
Na chegada e saída, ele não quis falar com a imprensa. José Domingos Fraga teria recebido R$ 100 mil através do seu assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Jorge Batista da Graça, nos dias 3 e 6 de fevereiro de 2014.
O valor teria sido utilizado para quitar despesas do deputado estadual. O deputado, que não será candidato a reeleição, chegou ao Gaeco no horário combinado.
Ele estava acompanhado do advogado Darlã Ebert Vargas, mas não quis falar com os jornalistas. Fraga se limitou a dizer, quando questionado sobre o motivo das ausências em dois depoimentos agendados nas últimas duas semanas, que só não foi depor porque não havia sido notificado.
Fraga prestou depoimento por cerca de uma hora e meia ao promotor de Justiça César Danilo Ribeiro de Novais. Ele saiu pela porta dos fundos, autorizado pelos funcionários do Gaeco.
O deputado havia reclamado de que tinha sido abordado e filmado por jornalistas, na entrada do local. Ele foi o único depoente que fez uso deste tipo de expediente.
BERERÉ
As fraudes no Detran são investigadas pela operação Bereré. Segundo os órgãos de segurança e controle, uma quadrilha lavava dinheiro e desviava recursos públicos por meio de empresas que prestam serviços ao Detran-MT.
O bando agia desde 2009 e teria desviado em torno de R$ 1 milhão por mês. Segundo as investigações, a Santos Treinamento e Capacitação é uma empresa fantasma.
A organização recebia recursos desviados da FDL Serviço de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos, que realiza junto ao Detran-MT o registro de financiamentos de veículos em alienação fiduciária.
O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), José Zuquim Nogueira, determinou no dia 16 de fevereiro de 2018 o sequestro de R$ 27.722.877,38 de 17 pessoas, entre físicas e jurídicas, envolvidas no esquema de lavagem e desvio de dinheiro no Detran de Mato Grosso. Os valores seguem bloqueados.
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