PRF afirma que não há mais pontos de interdição em Mato Grosso
Após dez dias de greve dos caminhoneiros, não há mais nenhuma interdição nas rodovias federais de Mato Grosso, desde a primeira hora desta quinta-feira (31). A informação foi confirmada pelo superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Aristóteles Cadidé.
A desmobilização começou na última terça-feira (29), quando o Exército Brasileiro chegou a usar gás lacrimogêneo e balas de borracha na BR-364, para garantir a passagem de veículos. Na quarta-feira (30), uma ação policial, coordenada pelo Centro de Comando e Controle da Secretaria de Estado de Segurança Pública, também desobstruiu um trecho da BR-364, na altura do Posto Locatelli e outro em Rondonópolis (215 quilômetros de Cuiabá).
A ação contou com participação da Polícia Militar (com negociador, tropa de choque e policiamento de área), Exército Brasileiro, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e equipe de resgate e combate a incêndio do Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil, com equipes do GOE e GARRA.
Entenda
A greve dos caminhoneiros foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã o último dia 21 de maio, segunda-feira. Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica.
O governo federal anunciou, na noite do último dia 24 de maio, quinta-feira, uma proposta para suspender a greve por 15 dias. Porém, na sexta-feira (25) os manifestantes continuavam a bloquear pelo menos 26 trechos de rodovias federais que cortam Mato Grosso. Em outros Estados, a situação era a mesma. Vale lembrar que diversos serviços foram suspensos ou reduzidos por conta da falta de combustível.
Os caminhoneiros passavam dia e noite nos pontos de bloqueio. A comida e água que recebiam, eram de doações. O presidente Michel Temer chegou a se reunir com ministros no dia seguinte ao anúncio da Petrobras de redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. Com esta decisão, o governo esperava conseguir negociar com o movimento dos caminhoneiros, que se queixavam do preço final do diesel.
No domingo (27), o presidente Michel Temer anunciou que cederia um desconto de R$0,46 em impostos no preço do litro do diesel por 60 dias e, que depois deste tempo, só haveria reajustes mensais. Já o governador Pedro Taques, anunciou na última quarta (30), que vai congelar o Preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) dos combustíveis, que serve como base para calcular o ICMS que se cobra sobre o combustível.
Em razão da greve dos caminhoneiros que paralisaram o transporte e o consequente bloqueio nas bases de distribuição, o abastecimento nos postos estava comprometido. Com a falta de produto em alguns estabelecimentos, os usuários passam a procurar outros. Além disto, o medo de que acabe o combustível também aumenta a demanda, o que pode esgotar todas as reservas dos postos.
Em seu nono dia, a greve começou a ser contida com força nacional, inclusive do exército. Já no décimo dia, sofreu um duro golpe em duas das maiores cidades de Mato Grosso.
Comentários