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Sexta - 26 de Outubro de 2018 às 07:58
Por: Ana Flávia Corrêa/GD

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Quando a educadora física Dahiane Carla Fernandes, 32, descobriu que estava com câncer de mama, em maio deste ano, ela percebeu que a partir de então só teria duas alternativas: ou se isolaria ou aprenderia a se amar.

Casada e responsável pela criação de uma filha, seus cuidados com ela mesma ficavam em último plano em sua rotina corrida e atarefada. A doença chegou de forma avassaladora e foi um divisor de águas na rotina da educadora física.

"Quando você escolhe viver como eu escolhi, você começa a ver as coisas de uma maneira diferente. Ao invés de tudo o que eu passava na vida, de ter que cuidar de todo mundo, da família, de dar atenção para filha, de cuidar de marido, de trabalhar comecei a ver que não preciso de tudo isso. Quem tem que vir em primeiro lugar na minha vida sou eu", relatou.

Nem mesmo a queda do cabelo, que veio 10 dias depois da primeira sessão de quimioterapia, foi o suficiente para abalar a autoestima que Dahiane estava consolidando. Ela, que saia de casa às pressas sem quase nem se olhar no espelho, se apegou aos lenços e às maquiagens para desenvolver seu amor próprio.

"Quando comecei a me amar eu comecei a me ver mais bonita. Você não quer fazer aquilo pelos outros, você quer fazer aquilo por você. A falta de cabelo me fez melhorar", diz.

Dahiane descobriu o que poderia ser um sinal de câncer de mama em um domingo, enquanto estava deitada no sofá sem fazer nada. Ao tocar o corpo, sentiu um caroço ainda muito pequeno nos seios. A princípio, não ficou em estado de alerta. O nódulo poderia ser decorrente do período menstrual ou da produção desrregulada de hormônios. Ela, no entanto, preferiu não ficar na dúvida.

"Eu consegui marcar uma médica 5 dias depois. Descobri no domingo e na sexta-feira já fui ao médico. Ela fez a avaliação clínica e me pediu para fazer um ultrassom, por conta da minha pouca idade. Eu fiz alguns exames de hormônio também, para saber se estava tudo bem", explicou.

O resultado foi positivo. A educadora física estava mesmo com câncer. Como ela havia ido ao ginecologista 6 meses antes, que não identificou a doença, os sinais eram de que o tumor era de crescimento rápido. Em apenas 1 mês, o caroço passou de 1 centímetro para 7 centímetros.

"Tinha todo o aparato do meu metabolismo ser muito mais acelerado, então tinha que fazer tudo muito rápido. Se eu fizesse rápido a minha chance de cura era de 90%, porque eu senti ele logo no início, se eu tivesse esperado algum tempo mais ele poderia estar em um tamanho maior e ter se espalhado para algum lugar".

Foram necessárias uma cirurgia de retirada do nódulo e 4 ciclos de quimioterapia durante os primeiros meses. Agora, ainda são necessárias sessões de radioterapia e de hormonoterapia para que o câncer não volte a se desenvolver. Dahiane assegura que todo o procedimento não impediu que ela continuasse vivendo sua vida normalmente.

Com os cortes e procedimentos, ela parou somente com o seu trabalho, que envolvia contato direto com o sol e com a água, mas aproveitou o tempo livre para passear, fazer caminhadas e cuidar da saúde.

"Meu médico não me impediu de sair, não me impediu de passear. Eu continuei fazendo as coisas que fazia. Levo minha filha na escola, vou ao cinema, vou ao shopping. A única coisa que não faço é me expor ao sol, então evito sair na hora do almoço. Teve dia em que eu estava mal por conta da quimio, mas sempre procurava sair e dar uma caminhada, nem que fosse só na frente de casa", completou.

Outubro Rosa

A campanha Outubro Rosa é celebrada anualmente com objetivo de promover a conscientização sobre o câncer de mama e contribuir com a redução da mortalidade. A estimativa do Inca é o registro de quase 60 mil novos casos somente em mulheres em 2018, sendo 680 em Mato Grosso e 220 em Cuiabá.

O evento alerta sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que pode aumentar as chances de cura em até 90%. A presidente da MTMamma, Cleuza Dias, afirmou que a visibilidade da campanha é uma forma de disseminar a informação.

“O diagnóstico precoce pode salvar vidas já que o câncer de mama quanto mais cedo for descoberto, mais rápido se dá o tratamento e maior a chance de cura. Temos que ampliar a conscientização de mulheres e homens sobre a importância do autoexame, a visita ao médico e os exames de rotina como a mamografia. Alertamos para a prevenção em todas as gerações", destacou.





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