Afastamento de Taques
“Executivo tem segurança que análise será jurídica e técnica” Ciro Gonçalves diz que tucano fez gestão contra falência ética e moral do Estado e que deixa legado
O secretário-chefe da Casa Civil Ciro Rodolpho Gonçalves minimizou o pedido de afastamento do governador Pedro Taques (PSDB) de suas funções.
O “impeachment” do tucano foi protocolado pela deputada Janaina Riva (MDB), que elencou ao menos dez crimes supostamente cometidos por ele, que foram relatados por Alan Malouf, em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Ciro, outros pedidos feitos por Janaina não prosperaram. Ele disse esperar que a Assembleia Legislativa análise de maneira “jurídica e técnica” o caso.
“É legitimo. O Poder Legislativo cumpre essa função mesmo, todos os parlamentares têm suas respectivas funções. Esta não é a primeira solicitação de afastamento, sobretudo dessa parlamentar. E estamos falando de um colegiado de 24 deputados, independente de ser base ou oposição”, disse.
Esta não é a primeira solicitação de afastamento, sobretudo dessa parlamentar. E estamos falando de um colegiado de 24 deputados
“O Poder Executivo tem segurança que a análise de um pedido desses será feita de maneira jurídica e técnica. É permitido usar o parlatório para se falar, para se posicionar, mas para chegar a um afastamento tem que se cumprir requisitos objetivos”, afirmou.
Ciro defendeu que Taques, em sua gestão, afrontou uma série de empresários do Estado. “O Executivo está muito seguro, tranquilo, que fez um governo controlador, um governo que ofendeu interesses de alguns empresários em Mato Grosso, mas isso não nos fez arredar um pé atrás. E seguimos marchando para quebrar um paradigma de falência ética e moral do Estado. Fizemos isso. Tem uma colheita disso”, disse.
“Uma coisa é a avaliação eleitoral, isso a gente respeita. A democracia é para isso mesmo. Mas essas outras questões, de pedidos de afastamento ou delações, estamos seguros de que fizemos a coisa certa. Depuramos as contas públicas”, afirmou.
Ele disse acreditar que a gestão rompeu uma série de esquemas de corrupção que ocorriam até o final da gestão de Silval Barbosa.
“Tínhamos na gestão do Estado, até 2014, uma engenharia de corrupção muito forte e enfrentamos todas elas, sejam contratos de combustíveis, de obras públicas, contratos de terceirizações. Isso é um legado que vai ficar firme e forte até 31 de dezembro de 2018”, completou.
O pedido
Janaina apresentou o pedido de afastamento do governador na última terça-feira (23).
A delação de Malouf, condenado a 11 anos de cadeia por participação em esquemas envolvendo licitações na Seduc, serviu como base para o pedido.
Ela também pediu o julgamento do tucano por crime de responsabilidade, em sessão específica por um tribunal composto de cinco membros da Assembleia Legislativa e cinco desembargadores (mediante sorteio), sob a presidência do desembargador Rui Ramos, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Dentre os principais pontos que sustentam o pedido de afastamento, segundo Janaina, estão caixa dois, em um esquema complexo de arrecadação de verbas para campanha eleitoral do exercício de 2014; esquema de desvio de verbas públicas, por meio de fraudes a licitações com início a partir da nomeação de Permínio Pinto à frente da Seduc; "extorsão" dos proprietários da cervejaria Petrópolis requerendo valores pecuniários, para assegurar a manutenção anticompetitiva de benefícios fiscais recebidos pela empresa.
Ela citou ainda a prática de caixa três; fraude em contrato de fornecimento de combustível mediante dispensa de licitação com valores estratosféricos; manutenção de esquema de propina iniciado na gestão Silval Barbosa com empresa de empréstimos consignados.
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