Após decisão de cuba
MT pode perder 132 médicos em 55 municípios, diz Governo Secretaria de Estado de Saúde diz que ainda não sabe como será feita a reposição dos profissionais
A Secretaria de Estado de Saúde informou, nesta segunda-feira (19), que há em Mato Grosso 132 cubanos atuando no programa Mais Médicos, do Governo Federal.
Ainda conforme a Pasta, estes profissionais atuam em 55 municípios, que deverão ser prejudicados com a retirada destes profissionais por parte do governo cubano.
“Esclarece que quanto a provável substituição desses profissionais, isso é de exclusiva responsabilidade e atribuição do Ministério da Saúde, que e quem coordena o Programa em todo o País”, afirmou a Secretaria.
“A SES/MT ainda não tem informação de como se dará a retirada desses profissionais do programa e nem como será a estratégia de substituição desses médicos”.
O Programa Mais Médicos é parte de um amplo esforço do Governo Federal, com apoio de estados e municípios, para a melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais, o programa prevê, ainda, mais investimentos para construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de novas vagas de graduação, e residência médica para qualificar a formação desses profissionais.
Na última quarta-feira (14), Cuba anunciou que vai se retirar do programa Mais Médicos, que durante cinco anos tem enviado especialistas de saúde da ilha ao Brasil, depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que iria modificar os termos de colaboração da iniciativa e estabeleceu condições ao governo cubano.
Bolsonaro comparou a atuação dos médicos cubanos no programa a trabalho escravo e garantiu que, quando assumir o governo, "o cubano que quiser pedir asilo aqui vai ter".
"Eu jamais faria um acordo com Cuba nesses termos. Isso é trabalho escravo, não é nem análogo à escravidão, é trabalho escravo, não poderia compactuar com isso daí", disse Bolsonaro em entrevista coletiva em Brasília.
O presidente eleito também questionou a capacidade dos médicos cubanos, afirmando aos jornalistas "duvidar" que alguém quisesse ser atendido por um dos profissionais de saúde da ilha e afirmando ter relatos de "barbaridades" cometidos por médicos cubanos no país.
A televisão estatal cubana informou, ao ler comunicado do Ministério de Saúde de Cuba, que Bolsonaro, "com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, tem declarado e reiterado que modificará os termos e condições do programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e ao que foi acordado por esta com Cuba".
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