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Economia
Quarta - 28 de Novembro de 2018 às 08:04
Por: Marianna Peres/Diário de Cuiabá

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Gustavo de Oliveira, da Fiemt: “O ambiente econômico do país vinha sendo bastante contaminado pelo ambiente político”
Gustavo de Oliveira, da Fiemt: “O ambiente econômico do país vinha sendo bastante contaminado pelo ambiente político”

O Índice de Confiança do Empresário Industrial Mato-Grossense (Icei-MT) alcançou em novembro o resultado mais alto da história da pesquisa: 61,9 pontos. O resultado acompanha o índice nacional, também inédito, de 63,2 pontos. A pesquisa é elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com as federações nos estados.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, o resultado pode ser parcialmente relacionado à mudança na esfera política, resultante do processo eleitoral. “O ambiente econômico do país vinha sendo bastante contaminado pelo ambiente político. As incertezas eleitorais, a falta de clareza sobre qual seria a agenda do eventual presidente eleito, tudo isso foi causando um grande grau de incerteza, que levou a uma retração no otimismo, principalmente no ambiente empresarial”, comenta.

Ele avalia que a definição da eleição para o governo do Estado em primeiro turno foi determinante para esse resultado, seguida da sinalização clara de que o país teria uma nova agenda econômica. “O resultado eleitoral para a presidência e o próprio amparo que o congresso nacional, com um alto grau de renovação, indicou dar ao novo presidente em cima dessa agenda, fez com que esse otimismo se refletisse primeiro nos mercados, o que pudemos ver mediante a movimentação da bolsa de valores e da revalorização do real frente ao dólar e ao euro. Com isso se criou todo um clima de retomada de investimentos”.

Ele faz a ressalva que nem todos os segmentos foram afetados da mesma forma: “Pontualmente, existem segmentos, como o da construção, que ainda enfrentam um mercado bastante retraído. Isso é compreensível, uma vez que investimentos no setor imobiliário são de médio e longo prazo, não são decisões de consumo instantâneas. O mesmo ocorre na construção pesada, com a queda na capacidade de investimento dos governos federal e estaduais, que gera incerteza para o setor.”

“De maneira geral, o salto no índice é coerente, pois todo um conjunto de indicadores econômicos sinaliza que o momento atual pode ainda não ser tão bom, mas as perspectivas são muito melhores para os próximos meses”, finaliza.

Sobre a pesquisa: O índice estadual saltou 8,3 pontos de outubro para novembro - e 6,6 quando comparado com novembro do ano passado. O menor índice para o mês foi observado em 2015, quando chegou a 37,7 pontos, justamente no período em que a economia do país enfrentava o ápice da crise. Em 2016, o resultado foi melhor e iniciou uma curva ascendente, ainda que só fosse ultrapassar os 50 pontos em 2017. O acúmulo do crescimento de 2015 a 2018 foi de 24,2 pontos.

Na construção civil, embora o resultado ainda esteja abaixo do alcançado pelos segmentos extrativo e de transformação, o crescimento do índice foi de 10 pontos de outubro para novembro, chegando aos 55,5 pontos. Já as empresas do setor extrativo e de transformação, saltaram de 55,2 pontos em outubro para 63,3 pontos em novembro, superando o resultado de fevereiro de 2018, que até então era o maior apresentado.

Em relação ao porte empresarial, as grandes e médias empresas apresentaram um crescimento de 9,4 pontos de outubro para novembro, alcançando 63,7 pontos no índice. Entre as pequenas empresas, o aumento de 9,5 pontos em relação a outubro do ano passado garantiu o melhor resultado da série: com 57,6 pontos.

Os industriais indicam melhoras nas condições atuais, especialmente no que diz respeito à economia brasileira, que obteve melhora de 10,1 pontos em comparação com outubro. Porém, as expectativas para o futuro registraram o maior salto, alcançando 66,5 pontos, resultado também fortemente influenciado pela expectativa com relação ao ambiente econômico do país.





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