O Senado paraguaio rejeitou o ingresso da Venezuela no Mercosul, em sessão plenária celebrada esta quinta-feira, apesar da suspensão do Paraguai do bloco, informaram fontes parlamentares. "O Paraguai não deixou de ser membro do Mercosul", afirmou José Guastella, membro da comissão legislativa da Câmara alta, ao destacar que o ingresso da Venezuela ocorreu sem a ratificação do Congresso paraguaio. "Se não assumíssemos uma postura desta natureza, não defenderíamos a nossa soberania, a nossa independência e a nossa liberdade. Queremos demonstrar que, apesar de ser um país pequeno, defendemos nossa dignidade e não nos vendemos ao talão de cheques de (o presidente venezuelano Hugo) Chávez", destacou. Guastella disse que a decisão do Congresso paraguaio servirá para uma eventual demanda junto ao tribunal internacional de Haia. Assunção rejeita a entrada da Venezuela no bloco pelo "caráter autoritário, ditatorial do governo de Hugo Chávez", acrescentou o legislador, mas destacou que um próximo governo "que não seja de Chávez" poderá voltar a propor sua entrada. Por 31 votos a 3, após o abandono do plenário dos representantes do partido Liberal (situação), o Senado paraguaio, composto por 45 membros, rejeitou novamente a adminissão da Venezuela. O novo governo do presidente Federico Franco, líder do Partido Liberal, enviou ao Senado o pedido para analisar a entrada da Venezuela em 31 de julho. Mas seus colegas de partido quiseram adiar o estudo da adesão até as eleições presidenciais venezuelanas de 7 de outubro. Como os opositores resolveram levar a votação adiante, os parlamentares liberais deixaram o plenário. O ingresso pleno da Venezuela no bloco estava pendente desde 2006 pela falta de aprovação do Congresso paraguaio. Na última cúpula do bloco, em 29 de junho, Brasil, Argentina e Uruguai suspenderam o Paraguai como membro do Mercosul até as eleições de abril de 2013 como sanção pelo impeachment do presidente Fernando Lugo - qualificado como golpe parlamentar - e decidiram incluir a Venezuela. O governo de Franco, que assumiu o posto em 22 de junho, considera inválida a resolução de seus parceiros no Mercosul. O Paraguai alega que o Tratado de Assunção, que fundou o Mercosul em 1991, estabelece que a entrada de outro país deve ser ratificada pelos Congressos dos quatro países fundadores.
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Fonte:
AFP
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