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Economia
Domingo - 09 de Dezembro de 2018 às 21:39
Por: Diário de Cuiabá

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Em junho deste ano, o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, anunciou que o Plano Safra 2018/2019 conta com R$ 194,37 bilhões, que poderão ser tomados pelos produtores rurais e suas associações até o dia 30 de junho de 2019. O valor é maior do que o anunciado na edição anterior, mas a notícia acaba não sendo tão boa assim quando o interessado tenta, sem sucesso, acessar esses recursos.

Segundo o consultor Pablo Padilha, diretor da agência de consultoria financeira para agronegócio (Cofan), há uma série de questões que atrapalham e se tornam entraves. “Começa pelo valor disponibilizado pelo Governo Federal, que geralmente é bem menor que a demanda do agronegócio brasileiro. Como é um recurso subsidiado pelo governo, se torna bastante atrativo para o produtor rural, o que gera uma corrida em busca deste recurso e não são todos que conseguem. Não vai ter dinheiro para atender à totalidade”, aponta.

A burocracia, que é maior do que a encontrada, por exemplo, para contratação de crédito junto às instituições financeiras privadas, é outro entrave, elenca o consultor. “As linhas subsidiadas são importantes pelas condições de prazo e de taxa, mas elas têm muitas regras técnicas. O produtor rural vai ter que atender a vários requisitos e repassar muitas informações, apresentar laudos, relatórios, certidões. Não há como ele fazer isso sem ajuda especializada. O processo deveria ser mais simplificado”, analisa Padilha.

O consultor cita como exemplos de condicionantes a regularidade da área tanto em termos ambientais como documentais, não pode ter restritivos fiscais que impeçam a concessão. “O pequeno e o médio produtores são mais afetados por isso. Pensando no formato de clientes que a Cofan atende, entendemos como pequeno aquele que tem áreas com até 2 mil ha e, como médio, até 8 mil ha. Eles não têm tempo e nem conhecimento para isso. O foco está concentrado em sua atividade produtiva”, salienta.

O que empresários rurais e cooperativas têm feito neste caso é buscar ajuda especializada, que conheçam bem as exigências e regras para obtenção de recursos do Plano Safra. “Esses profissionais vão, em primeiro momento, verificar quais linhas disponíveis eles se encaixam e analisar se estão elegíveis a tomar aqueles recursos. Depois dirão o que é preciso organizar, melhorar ou resolver de problemas para que ele não seja surpreendido no meio do caminho ou mesmo no momento da finalização dos trâmites para ter o acesso”, explica Padilha.

Para o consultor, é importante também que o produtor seja bem informado sobre as alternativas existentes para o financiamento Safra, que são as linhas oferecidas pelos agentes privados. “Hoje nós temos mais de 20 instituições financeiras bancárias que querem colocar recursos no agronegócio e querem acessar esse produtor, mas ele, na maioria das vezes, não conhece”, frisa Padilha. Geralmente elas têm linhas menos burocratizadas, um acesso mais fácil, desde que a informação chegue com qualidade, alerta.

As vantagens podem ser compensadoras em relação aos juros um pouco maiores. “Essas instituições tendem a ser mais rápidas, mais ágeis, com prazo de devolução desse recurso maior. Muitas vezes o produtor está limitado a um custeio que vem através do Plano Safra em que ele tem prazo de vencimento em um ano, que é muito pouco”, exemplifica.

“Às vezes o empresário não tem ideia de que na iniciativa privada pode fazer operações de crédito para 5 a 10 anos de prazo de pagamento. Ou seja, pegar recursos hoje e pagar diluído nos próximos 5 a 10 anos. Ele acaba tendo um fôlego a mais para trabalhar, para produzir”, acrescenta Padilha. São várias alternativas e algumas podem ter custos menor ou semelhantes aos do Plano Safra, finaliza.





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