Mendes não descarta acionar a Justiça em caso de greve geral Governador diz que houve diálogo com servidores, mas voltou a defender medidas para equilibrar o Estado
O governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que não descarta a possibilidade de entrar na Justiça, caso os servidores públicos do Estado iniciem um movimento grevista nas próximas semanas.
Os servidores públicos se manifestaram contrários a parte do pacote de projetos elaborado pelo Poder Executivo. As medidas foram aprovadas em sua totalidade pelos parlamentares na noite dessa quinta-feira (24).
De acordo com Mendes, a judicialização da paralisação dos serviços é um “passo natural” ao qual os gestores públicos recorrem.
“Isso é histórico em qualquer movimento no Brasil. Aquele que sofre o efeito da greve busca o Poder Judiciário para fazer a intermediação e até mesmo o julgamento da legalidade da procedência da greve”, afirmou o governador em entrevista à imprensa na manhã desta sexta-feira (25).
Os servidores ainda se declaram insatisfeitos com o escalonamento salarial do mês de janeiro em três datas e o parcelamento, em quatro vezes, do 13º dos aniversariantes de novembro e dezembro.
Isso é histórico em qualquer movimento no Brasil. Aquele que sofre o efeito da greve busca o Poder Judiciário para fazer a intermediação
Os servidores ainda reclamam da falta de diálogo entre o Governo Mendes e funcionalismo. Segundo eles, o pacote de medidas – que impacta diretamente nos serviços públicos – não foi discutido com as categorias.
O democrata contesta a afirmação e disse que houve o diálogo. Mendes ainda classificou como "lamentável" o escalonamento salarial.
“Nós temos dialogado com muitos servidores públicos. Nós lamentamos profundamente esse atraso salarial e recebemos já com atraso no 13º, por absoluta falta de dinheiro no caixa não conseguimos terminar de pagar, e tivemos que fazer o escalonamento. Nós vamos trabalhar muito para que essa realidade seja mudada nos próximos meses. Não será fácil”, isse.
Previsão
Conforme o governador, o Estado terá, no mês de janeiro, um déficit orçamentário que ficará entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões. Para os próximos meses, o rombo pode ser ainda maior.
“Fevereiro não será um mês fácil, março pior ainda. Porque teremos que pagar R$ 140 milhões ao Bank of America e é impossível não pagar”, apontou.
A projeção do executivo é de que, com as medidas aprovadas, as finanças do Estado estejam equilibradas em dois anos.
Aprovação de projetos
A sessão para aprovação dos projetos foi cercada de protestos por parte dos servidores. As cinco medidas foram aprovadas, porém todas receberam emendas parlamentares.
Agora, seguem para sanção do governador os seguintes projetos: o que estabelece critérios para pagamento da Revisão Geral Anual (RGA), o do novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), o que cria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) Estadual, a reforma administrativa e o que traz alterações no MT Prev.
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