Turismo e estudo
Jovens buscam programa de intercâmbio nas férias Entre janeiro e fevereiro, grupos de estudantes aproveitam folga escolar para participar de viagens de estudo e turismo.
Um grupo de estudantes de Mato Grosso se uniu em torno de um sonho: fazer intercâmbio durante as férias. Uma parte é composta por meninas que trocou a tradicional festa de 15 anos por um mergulho na cultura, história e turismo de países como Inglaterra, Canadá e Austrália.
Apesar de ser em menor número, os rapazes seguem um roteiro parecido das meninas, mas, com o enfoque mais voltado a ‘turbinar o currículo’ e conquistar independência da família. A maioria dos jovens está no Ensino Médio e também busca melhorar a fluência no idioma inglês.
Ana Beatriz Fragato e Clara Letícia Ávila, 15, são colegas de escola e conseguiram convencer os pais a deixá-las viajar juntas. “Na verdade, vamos em três alunas da mesma turma, o que de certa forma dá mais tranquilidade às famílias e pra nós será uma grande aventura”, diz Ana. “Sem dúvida o investimento dos nossos pais terá mais retorno que uma festa”, avalia Clara.
Um grupo de 14 garotas fez um curso de três semanas de inglês na Inglaterra, na famosa universidade Oxford, e por último uma semana de turismo na França. O embarque ocorreu no dia 05 de janeiro e elas retornam no final de janeiro. “Quando surgiu a ideia, não pensei duas vezes em deixar a festa de lado para viajar, porque conhecer uma nova cultura, novos lugares e me virar sozinha não tem preço”, afirma a estudante Maria Eduarda Uhdre Rios, 15.
Um levantamento realizado pela Belta Brazilian Educational apontou que em 2017, o setor de intercâmbio cresceu em torno de 23% no Brasil. Mesmo com o crescimento da procura por uma graduação fora do país, os cursos de idioma são mais requisitados. Entre os estudantes, 39,2% estudaram uma segunda língua no exterior, principalmente inglês e espanhol.
Nikolas de Mello, 24, viajou pela segunda vez ao Canadá, a primeira foi apenas para um curso de férias. Agora, já formado em Economia pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), quer melhorar o currículo ingressando no Programa Coop Business, que é uma espécie de MBA com duração de um ano em Toronto. “Vou me aprofundar em matérias afins ao meu curso, voltadas à área financeira e business”.
Outra jovem aventureira é Julia Borges Barbero, 16, que escolheu cruzar o oceano para viver uma experiência de três semanas em Sydney, na Austrália, e uma semana em Auckland, na Nova Zelândia. Ela retorna no final de janeiro. “Meu roteiro inclui curso de inglês, passeios turísticos, culturais e atividades de ecoturismo, porque adoro a natureza”.
Roland Gradinger, diretor da Experimento Intercambio Cuiabá, que é uma agência especializada há 50 anos em intercâmbio de jovens e adultos no Brasil, afirma que os preços são acessíveis para quem se planejar com antecedência. Os pacotes variam conforme a escolha do programa, tempo de curso, país e tipo de hospedagem, normalmente, os programas de férias estão entre R$ 7 mil e R$ 20 mil.
Já um high school de seis meses ou curso de especialização profissional no Canadá, por exemplo, um dos destinos mais acessíveis, têm preços a partir de R$ 35 mil. “Há um catálogo de 20 países com oportunidades de estudos, 14 deles, por exemplo, não exigem visto. Participar de um curso de férias é muito mais fácil do que se supõe, têm preço acessível, é parcelável e está disponível para todas as idades”.
A maior preocupação dos pais é com a segurança dos filhos, por isso, o especialista explica que as famílias são selecionadas criteriosamente dentre aquelas cadastradas que querem receber um aluno internacional em casa, pois desejam conhecer outra cultura. “Também se trata de uma fonte de renda extra, então, é uma relação comercial, por isso o feed back recebido nos últimos anos desse tipo de programa é muito positivo”.
Intercâmbio em 7 passos:
1 – O primeiro item a ser avaliado é financeiro: quanto você e/ou seus pais podem investir na viagem de estudos;
2 – Também é necessário ponderar e decidir sobre o tempo disponível para a viagem de estudos: um mês, quatro meses, seis meses ou um ano;
3 – Qual o seu programa ideal: curso de férias ou profissionalizante com possibilidade de estágio, trabalho voluntário, estudo e turismo combinado, férias com a família inteira (inclusive filhos), high school que pode ser de 6 meses ou 1 ano de imersão total (adolescentes), mestrado, especialização ou estudo e trabalho;
4 - Dependendo do país, a época do ano faz muita diferença, pois no inverno o estudante enfrentará baixas temperaturas (avalie isso);
5 - Outro importante é o tipo de acomodação: casa de família, onde o estudante fica com as chaves da casa e do quarto (imersão total); ou residências estudantis, que podem ser flats individuais com minicozinha e banheiro privativo ou compartilhadas em campus universitários, com um quarto duplo ou triplo;
6 - É muito importante escolher uma agência de intercâmbio confiável e que ofereça um bom suporte, principalmente, ao adolescente, pois menores de idade em outro país precisam de um suporte extra, para preservar sua segurança;
7 – Planeje-se de preferência com 6 meses ou até um ano de antecedência, para garantir que não haja imprevistos, principalmente, quanto à documentação necessária para a viagem.
Fonte: Experimento Intercambio Cuiabá
Comentários