Mendes defende fechamento de delegacias precárias: ‘são brincadeiras de faz de conta’
Criticado pelo estudo que prevê o fechamento de pelo menos 21 delegacias no Estado, o governador Mauro Mendes (DEM) defendeu que a demanda das referidas unidades não corresponde ao custo dessas instalações. “São brincadeiras de faz de conta”, disparou o chefe do Executivo. O levantamento, realizado pelo Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Sinpol), aponta para o déficit no efetivo e para a falta de estrutura para que os policiais possam trabalhar, especialmente nas delegacias do interior.
“Tem que conhecer melhor os dados. Foi uma iniciativa técnica da Polícia Civil e obviamente foi submetido ao crivo. Mas é uma questão de eficiência porque existiam delegacias que estavam em cidades que não têm juiz, não têm promotor, em cidades que tinham uma estrutura muito precária. O que se tinha era um imóvel alugado com dois ou três funcionários, era uma brincadeira de faz de conta. Então a gente tem que parar com essas brincadeiras de faz de conta. Têm delegacias que durante um ano foi feito um inquérito. É uma questão de economicidade, de lógica. O estudo feito pelo comando da Polícia Civil detectou que nós prestaríamos um melhor serviço com essas reduções. Aquilo não era delegacia, era brincadeira de faz de conta”, rebateu Mauro Mendes.
Nesta quarta-feira (27), durante sessão plenária, alguns deputados estaduais utilizaram a tribuna da Assembleia Legislativa para expressar preocupação com a possibilidade de fechamento das delegacias.
Para Claudinei Lopes (PSL), que é delegado da Polícia Civil, caso as unidades sejam de fato fechadas a população sofrerá prejuízos. O parlamentar requereu uma audiência pública para debater o assunto.
“A preocupação é grande. Como vai fechar delegacia aqui de Jangada, que fica na beira da BR, onde acontece acidentes, assaltos? Precisamos urgente discutir isso e trazer todos os interessados para discutir isso. As delegacias podem ser fechadas e será um prejuízo enorme para população”, afirmou.
O estudo
Conforme o Sinpol, o levantamento realizado indicou que algumas cidades contam com apenas três ou dois policiais civis, o que inviabiliza o trabalho e as investigações, segundo o sindicato.
De acordo com o estudo, as cidades em situação mais crítica são Alto Araguaia, Nova Marilândia, Santo Afonso e São José do povo, onde há apenas um investigador atuando. Outros municípios como Canabrava do Norte, Castanheira, Cláudia, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Luciara, Nortelândia, Nova Lacerda, Nova Ubiratã, Novo Santo Antônio, Ponte Branca, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, União do Sul e Vera, possuem apenas dois ou três servidores. A Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito de Rondonópolis, que conta com dois investigadores, também foi apontada.
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