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Quinta - 14 de Março de 2019 às 10:05
Por: G1 MT

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A quadrilha investigada na “Operação Dracma”, que apura esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas nos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará pode ter causado um prejuízo de cerca de R$ 300 milhões aos cofres públicos. Deflagrada nesta quinta-feira (14), a operação cumpre 72 mandados nos três Estados.

A Receita Federal estima que o esquema movimentou aproximadamente R$ 2 bilhões entre 2009 e 2016, período em que foi feito a retirada irregular de mercadorias pelas empresas investigadas. O prejuízo aos cofres públicos, pelo não recolhimento dos tributos federais, chega a R$ 300 milhões.

A PF investiga a atuação de empresas de Rondônia na ocultação de recursos gerados pelo tráfico de drogas. A operação se baseia em 26 inquéritos da Polícia Federal, 36 relatórios fiscais da Receita Federal e 86 laudos de perícia financeira.

Como funcionava o esquema?

Em vez de repatriado, parte do lucro das grandes empresas distribuidoras/exportadoras era encaminhada diretamente aos cambistas da Bolívia para fim de custódia de valores.

Durante dez anos, centenas de milhões de reais foram enviados de traficantes do Pará e Nordeste para contas de pequenas empresas físicas em Rondônia, as chamadas "contas de passagem".

Segundo a PF, depois de receberem os valores, os suspeitos intermediários faziam depósitos sucessivos nas grandes empresas distribuidoras em Rondônia. Estas empresas recebiam os recursos e emitiam as autorizações de pagamentos.

Estas autorizações de pagamentos são consideradas cheques ou vouchers, e, após serem efetuadas, credenciavam o portador a sacar o valor nele inscrito em algum cambista na cidade boliviana de Guayaramerin.

A PF diz que não havia qualquer emissão de nota fiscal pela quadrilha para sustentar a licitude.

Os portadores dos cheques ou vouchers sacavam os valores nos cambistas bolivianos e assim faziam o pagamento de drogas adquiridas na Bolívia.

Após serem remunerados, os traficantes na Bolívia forneciam as drogas que abasteciam o tráfico em cidades do Nordeste e do interior do Pará.

Além de agirem como verdadeiras instituições financeiras, segundo a PF, foi descoberto que as empresas de grandes portes usavam irregularmente dos benefícios tributários destinados exclusivamente no livro comércio de Guajará-Mirim, cidade a cerca de 300 quilômetros de Porto Velho.

Para as empresas de grande porte, a vantagem do esquema criminoso era a apresentação ao fisco de lucro formal, além do valor efetivamente conquistado e o consequente pagamento de tributos "a menor".

Segundo a PF, os intermediários do grupo criminoso recebiam entre 1% e 5% dos valores recepcionados e encaminhados à Bolívia. Isto era feito a título de remuneração.

Porto Velho

Ainda não foi divulgado o número de mandados de prisão que serão cumpridos, mas desde cedo os agentes da PF estão indo a vários endereços em busca dos suspeitos investigados. Um dos imóveis onde os agentes estiveram fica no bairro Agenor de Carvalho.

Pelo menos seis empresários devem ser levados pela PF para prestar esclarecimentos.

Dracma

O nome da operação, Dracma, é uma alusão à antiga moeda da Grécia, que tinha a necessidade de seguir o rastro do dinheiro durante as investigações dessa natureza.

Dracma era a mais antiga moeda ainda em circulação no mundo.





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