Fetiche
Colocar alimentos nas partes íntimas é risco à saúde
A cena é relativamente comum. Para apimentar o rala e rola, muitos casais recorrem a artifícios como lambuzar as partes íntimas com chantilly, leite condensado, chocolate, frutas ou até sushi, como sugeriu Geisy Arruda, para o bel-prazer do parceiro (ou de si mesmo). O fetiche pode até ser bem intencionado, mas é um perigo à saúde.
“Nutricionalmente não há problema. No entanto, há a questão da segurança alimentar. Há regiões do corpo, como o ânus, que têm muito risco de contaminação. Quando se faz isso, você leva para seu organismo microorganismos que não são normais ao trato gastrointestinal”, alerta a nutricionista Graice Kramer.
“Muita gente tem problemas como diarreia e acha que foi devido a algo que comeu e, na verdade, esse mal-estar pode acontecer devido a esse tipo de prática. Junto ao alimento, podem vir coisas prejudiciais, como a salmonella, que leva até a morte”, explica a especialista.
O alerta também se aplica a bebidas alcoólicas, como champanhe e tequila. O ginecologista e obstetra Paulo Pontremolez faz coro ao posicionamento, e vai além. Há quem, além de se divertir passando comidas pelo corpo, sinta-se estimulado ao introduzir nos órgãos genitais algumas verduras e legumes, como pepino e cenoura, que têm formato parecido a de um pênis. “Nunca é seguro a introdução de alimentos no canal vaginal. No restante da pele vale tudo, desde que não haja alergias. Porém, existe o risco real de infecção. Na vagina, por exemplo, temos alteração do pH vaginal, e o objeto introduzido pode estar contaminado de alguma forma”, defende.
De acordo com o médico, o principal risco é a dermatite de contato, irritação que causa coceira e ardência. “No entanto, infecções urinárias, bacterianas e fúngicas podem acontecer se houver contato com a uretra ou se a vagina não for capaz de corrigir seu pH naturalmente, após ter ele alterado por algum alimento”, complementa.
Uma forma de se prevenir seria colocar camisinha sobre o alimento, o que ajuda, mas ainda não é o ideal. “Vamos manter a comida na mesa e a diversão na cama”, finaliza Pontremolez.
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