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Ex-deputada tinha tratamento “diferenciado” em propina, diz Riva Segundo o ex-deputado, ela teria recebido mais de R$ 3,2 milhões entre os anos de 2011 e 2015
O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, afirmou que a ex-deputada estadual Luciane Bezerra tinha “tratamento diferenciado” no recebimento de propina na Assembleia Legislativa.
A informação consta em aditivo de proposta de delação premiada, que teria sido encaminhado à procuradora de Justiça Ana Cristina Bardusco, chefe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), no dia 27 de março deste ano.
Segundo o ex-presidente, além das propinas mensais de R$ 50 mil, a ex-deputada recebeu R$ 816 mil por meio do empresário Ricardo Novis Neves, dono de uma factoring em Cuiabá.
No total, Luciane teria recebido R$ 3,2 milhões de propina de fevereiro de 2011 a janeiro de 2015, conforme o documento.
Riva ainda afirmou que, enquanto os outros deputados recebiam 4 mil litros de combustíveis mensais, Luciane recebia 15 mil litros como forma de "propina extra".
Luciane tinha divergências políticas com ele na época e, por isso, o responsável por passar a propina, inicialmente, era o ex-deputado estadual e atual conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Sérgio Ricardo.
De acordo com Riva, após a saída de Sérgio Ricardo da Assembleia, ela passou a procurá-lo diretamente, a fim de viabilizar o seu pagamento de propina mensal.
Segundo Riva, os repasses aos deputados estaduais eram feitos para manter a "governabilidade" das gestões, desde o mandato de Dante de Oliveira.
De acordo com ele, o esquema ganhou robustez com a posse de Blairo Maggi como governador, em 2002. À época os parlamentares recebiam R$ 30 mil mensais. Já no Governo de Silval Barbosa, houve um aumento para R$ 50 mil.
A reportagem tentou contato com Luciane Bezerra; até a edição desta matéria as ligações não foram retornadas.
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