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Quarta - 16 de Outubro de 2019 às 08:37
Por: Da Assessoria

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Cleuza Dias, 59 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama aos 48. Com uma irmã afetada pela mesma doença aos 33 e que veio a obtido aos 37, ela não podia esperar mais. Com 2 meses aguardando na fila da Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), ela resolveu pagar do próprio bolso pela biópsia e assim obter o diagnóstico. “A mulher com suspeita de câncer de mama não pode esperar, mas temos casos de espera de até 3 anos”.

Durante a instalação da Frente Parlamentar da Saúde da Mulher, na manhã desta terça-feira (15), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, a diretora-presidente do MT Mama falou em nome das mulheres. Cleuza frisou que é muito comum esbarrar em ‘leis que pegam e outras que não pegam’ e que o espaço oferecido pela instituição será fundamental para debater o acesso. “A gestão pública precisa de pressão popular para melhorar o atendimento que hoje é muito deficitário”.

O projeto é iniciativa do deputado estadual Dr. Gimenez (PV) e integra as ações durante a campanha Outubro Rosa, com o intuito de promover debates e políticas públicas que contribuam com a qualidade de vida e saúde da mulher. A Frente atuará por um período de dois anos e vai receber demandas de todos os segmentos femininos, desde a área da infância e juventude, passando por gestantes, mães até as idosas.

A proposta é realizar encontros mensais (de acordo com a demanda) para oferecer apoio voluntário de grupos já existentes no Estado. “Nossa intenção não é criar novas políticas públicas e sim fazer valer o que já existe, de modo que o público feminino seja atendido pela saúde de maneira ágil, adequada e humanizada, porque além de ser um direito da mulher, é um dever do estado”, frisa o parlamentar que é médico há 40 anos e membro da Comissão de Saúde da ALMT.

O deputado lembrou que, nos últimos 50 anos, houve um avanço significativo das mulheres em todos os espaços sociais, mas que todo esse esforço para trabalhar, estudar e cuidar da família vem trazendo muitos reflexos, especialmente à saúde. A prevenção, em todos os casos, é o melhor investimento. “As mulheres precisam ter um tempo para cuidar delas mesmas, fazer os exames regulares não só para câncer de mama, como outras doenças, e também precisam de tempo para descansar e atividades de lazer. A carga excessiva de afazeres contribui muito para os adoecimentos”.

Principais doenças

Dr. Gimenez citou alguns tipos de doenças que mais afetam as mulheres no Brasil, entre elas, a esclerose múltipla, mais frequente entre os 20 e os 40 anos; o câncer de mama; lúpus eritematoso sistêmico; infeção urinária; fibromialgia, que afeta 2 a 10% da população, mas é 7 vezes mais comum no sexo feminino; depressão, que é a quarta causa de incapacidade no mundo e deverá ser a segunda até 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem uma maior prevalência no sexo feminino, afetando 2 vezes mais mulheres.

Também a doença celíaca, que é uma doença autoimune que ocorre em indivíduos com predisposição genética, causada pela permanente sensibilidade ao glúten. Para cada quatro pacientes celíacos, três são mulheres; há ainda as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) que mantêm elevada prevalência no sexo feminino, em alguns casos principalmente em mulheres jovens que estão iniciando a vida sexual; e a lesão por esforço repetitivo (LER), em que mais de 85% dos pacientes são mulheres na faixa etária dos 20 aos 40 anos, ou seja, em idade produtiva.

“Diante desse quadro, temos muito a fazer e a trabalhar. Então, me volto a você, mulher, qual é a sua demanda na área da saúde? Em que posso ajudar como seu deputado e médico?”. O parlamentar disse que quer ser o porta-voz das mulheres na Comissão da Saúde e também na Casa de Leis, por trabalhar há muitos anos como médico da família e atendendo principalmente crianças.

Caixa de pandora na saúde

Em tom de desabafo, Cleuza Dias, assistente social e membro do MT Mama, afirmou que é muito comum as mulheres terem que pagar do próprio bolso por exames que façam o rastreamento do câncer de mama em Mato Grosso, assim como aconteceu com ela. “Existem mais de 2 mil pedidos aguardando liberação na Central de Regulação, o que mais angustia é esperar sem saber o que está acontecendo, porque hoje essa é uma verdadeira ‘caixa de Pandora’ da saúde pública”.

Para a diretora da entidade, é fundamental que haja transparência sobre a fila de exames e procedimentos pela Central, até para a paciente poder entender em qual posição está, o tempo de demora e se vai poder esperar. Em se tratando de câncer, ela salientou que o atendimento precisa ser ágil, principalmente para as mais jovens com suspeita da doença. “O metabolismo acelerado age para o bem e para o mal, por isso o câncer nas mais jovens é geralmente fatal, porque ocorre a múltiplicação rápida as células cancerígenas”.

Ela trouxe para esse primeiro momento da Frente Parlamentar da Saúde da Mulher inúmeras demandas, entre elas, a necessidade de acesso das pacientes a terapias integrativas, apoio psicológico e clínico, acesso rápido e ininterrupto ao tratamento e a exames complementares pelo SUS. “São muitas as demandas, sofremos inclusive pela falta de sensibilidade da equipe que revela o diagnóstico, que às vezes se esquece que somos seres humanos e não tem tato para lidar com uma notícia como esta”.

Serviço

Os encaminhamentos e demandas podem ser feitas diretamente ao gabinete do deputado Dr. Gimenez a partir do telefone (65) 3313-6795 ou no e-mail drgimenezmt@gmail.com.





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