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Economia
Quinta - 07 de Novembro de 2019 às 10:36
Por: Karina Arruda/Gazeta Digital

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Desigualdade de renda em Mato Grosso é expressiva. Cerca de 158 mil pessoas estão entre os 10% mais ricos, com renda mensal média de R$ 8,230 mil. O valor é quase 10 vezes maior que a renda dos mais pobres, de R$ 868 no ano de 2018. Neste universo estão inseridas 630 mil pessoas, que representam cerca de 40% dos ocupados no Estado, grupo estimado em 1,6 milhão de habitantes. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (6).

Em Mato Grosso, o número de pessoas ocupadas com menor rendimento cresceu 10% em relação a 2012. Naquele ano, 572 mil pessoas recebiam o equivalente a R$ 809. A renda cresceu 7,2% no período, porém em 2012 estava 34,3% acima do salário mínimo, que era de R$ 602. Já no ano passado, o rendimento encolheu e os mais pobres recebiam salário 9% menor que o piso nacional (R$ 954).

Os dados da SIS apontam que aumentou a desigualdade de renda também no país. De acordo com o IBGE, os 10% dos trabalhadores com rendimentos mais elevados (R$ 9,369 mil) receberam 13 vezes a renda média dos 40% da população ocupada de menores rendimentos (R$ 720). Essa desigualdade foi mais intensa no Piauí (18 vezes) e esteve abaixo de 10 vezes em Mato Grosso, Santa Catarina, Goiás e Alagoas.

“O valor dos rendimentos cresceu para toda a população, só que foi maior para os 10% com maiores rendimentos que se apropriaram de uma parcela maior que os 40% com menores rendimentos, ampliando a desigualdade”, avalia o analista do IBGE, Pedro Rocha de Moraes. Outro dado apontado pela pesquisa traça uma comparação da diferença de renda entre pretos, pardos e brancos. Entre os 10% mais ricos, os pretos e pardos são maioria (52,6%) e os brancos representam 46,1%. É diferente do cenário nacional, onde os 10% mais ricos são compostos majoritariamente por brancos (70,6%). Já no recorte dos 10% mais pobres a distância é maior e os pretos representam 72,7% do total, percentual próximo do nacional (75,2%).

Ricardo Balistiero, mestre em Economia e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, destaca que a desigualdade de renda aumenta em períodos de crise econômica, como a enfrentada pelo Brasil nos últimos 5 anos.

“O país tem uma das piores distribuições de renda do mundo, próximo ao de países africanos. Temos que refletir sobre essa profunda desigualdade, que impacta bastante no crescimento e no desenvolvimento econômico. O país até pode conseguir crescer sem igualdade de renda, mas não consegue se desenvolver economicamente”, diz ao comentar que é preciso criar oportunidades para que os filhos de pobres tenham as mesmas oportunidades que o de ricos. “É o crescimento econômico que dará força para que outras variáveis possam funcionar”.





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