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Segunda - 09 de Março de 2020 às 10:33
Por: Kamila Arruda/Diário de Cuiabá

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Mendes e Caiado integram um grupo minoritário de governadores mais próximos do presidente Jair Bolsonaro
Mendes e Caiado integram um grupo minoritário de governadores mais próximos do presidente Jair Bolsonaro

O governador Mauro Mendes (DEM) hoje faz parte de um pequeno grupo, formado por seis governadores, considerados mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Fazem parte desse grupo, além de Mendes, os governadores Carlos Moisés (PSC) de Santa Catarina; Marcos Rocha (PSL), de Rondônia; Antonio Denarium (PSL), de Roraima; Ratinho Júnior (PSD), do Paraná; Mauro Carlesse (DEM), de Tocantins; e Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás.

Já os demais 20 governadores – Gladson Cameli (Progressistas-AC), Renan Filho (MDB-AL), Waldez Góes (PDT-AP), Wilson Lima (PSC-AM), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Ibanéis Rocha (MDB-DF), Flávio Dino (PCdoB-MA), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), Romeu Zema (Novo-MG), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevêdo (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Wilson Witzel (PSC-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN), Eduardo Leite (PSDB-RS), João Doria (PSDB-SP) e Belivaldo Chagas (PSD-SE) – formam um grupo heterodoxo, que cada vez mais se une para confrontar o Palácio do Planalto.

Nesse grupo, a maioria dos governadores tem a convicção de que o presidente Bolsonaro não está disposto a se sentar à mesa para ouvir as demandas dos estados.

A conscientização de que os problemas enfrentados por um chefe de Executivo, hoje, podem ser os mesmos que outro terá amanhã coloca lado a lado governadores de distintas matizes ideológicas.

A postura reativa e, em muitos momentos, beligerante do Planalto deu caráter institucional a um grupo heterodoxo, que reúne de João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ) a Flávio Dino (PC do B-MA) e Rui Costa (PT-BA), todos apontados como possíveis candidatos à Presidência da República em 2022.

Nesse contexto, a atuação em conjunto de, ao menos, 20 dos 27 governadores do país passou a ser cada vez mais frequente, e em temas que vão além da crise fiscal das unidades federativas.

Colocando as divergências em segundo plano, eles têm organizado viagens sem o Governo Federal, oferecido auxílio mútuo e até realizado licitações conjuntas.

Mauro Mendes nega que esteja alinhado com o Planalto e lembra que, no final do ano passado, diante do descaso do Governo Bolsonaro com a pauta ambiental, foi um dos governadores da chamada Amazônia Legal que assumiram as negociações por conta própria para a retomada de repasses de recursos para o Fundo Amazônia, e tiveram reuniões diretas com representantes de Noruega e da Alemanha, principais financiadores.

Também na contramão do Governo Federal, o consórcio da região organizou um painel na cúpula do clima, realiza em Madri, capital da Espanha, pela Organização das Nações Unidas (ONU) para expor ações de sustentabilidade tocadas pelos estados.

Mendes também assinou, no início do ano, a carta dos governadores contra a declaração do presidente sobre cortar tributos federais dos combustíveis, caso os estados abrissem mão do ICMS.

O único documento que Mauro Mendes não assinou foi a dura carta divulgada em 17 de fevereiro, em meio ao motim de policiais no Ceará, quando o presidente ameaçou não renovar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permitiu a atuação das Forças Armadas no Estado.

“Eu acho que temos que ter mais cuidado com nossas palavras. Terei cuidado e não vou criticar aqui nosso presidente, porque ele tem sua dinâmica, sua característica, é o nosso presidente. Então, precisamos ter cuidado, não fazendo críticas desnecessárias”, afirmou Mendes, depois de evitar, por vários dias, o tema com a imprensa.

GRUPO DE WHATSAPP - Mauro Mendes lembra que faz parte do grupo de WhatsApp “Fórum de Governadores”.

Ali, por exemplo, foram definidos a atuação conjunta no Congresso e os gestos mais enfáticos de contraposição a Bolsonaro.

É por meio desse grupo que os governadores acertam a estratégia de cada um deles atuar diretamente junto a suas respectivas bancadas no Legislativo, para fazer avançar pautas caras aos estados — como pacto federativo, refinanciamento das dívidas e reforma tributária.

A avaliação é que, diante da grave crise fiscal dos estados, os governadores estão unidos em torno de interesses comuns que os possibilitem levar suas gestões até o final.

Parte dos governadores diz que esse sentimento de coletividade foi ganhando força a cada sinal de Bolsonaro.

Foi no grupo de mensagens que surgiu, por exemplo, a ideia de reagir publicamente à declaração do presidente sobre cortar tributos federais dos combustíveis, caso os estados abrissem mão do ICMS.

Governadores do bloco dizem que, graças ao comportamento beligerante do presidente, nunca os chefes dos Executivos estaduais estiveram tão unidos.

O grupo, no entanto, ganhou nova roupagem a partir do momento em que o carioca Witzel e o paulista João Doria romperam com Bolsonaro e, de aliados, passaram a alvo de ataques.

Além de discordar do presidente sobre o ICMS, outro ponto de divergência entre Mendes e Bolsonaro é referente aos repasses do FEX.

Noa ano passado, em reunião na Presidência, foi anunciada a vinda dos recursos para Mato Grosso, porém, as expectativas foram frustradas e o dinheiro não chegou.

Já são dois anos de atraso.





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