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Segunda - 09 de Março de 2020 às 18:13
Por: Cíntia Borges e Thaiza Assunção/Mídia News

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Victor Ostetti/MidiaNews
O conselheiro Antônio Joaquim, chora:
O conselheiro Antônio Joaquim, chora: "Operaram em conchavo, em conluio, para me impedir de ser candidato"

Afastado desde 2017 do Tribunal de Contas do Estado, o conselheiro Antônio Joaquim afirmou que é vítima de “uma tramoia sórdida e covarde” orquestrada pelo ex-governador Pedro Taques (sem partido) e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Joaquim e outros quatro conselheiros - José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo, Valter Albano, e Waldir Teis - foram afastados por determinação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido de Janot, durante a Operação Malebolge, 12ª fase da Ararath, da Polícia Federal.

Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (9), Joaquim chorou ao dizer que é perseguido em razão de sua intenção de concorrer ao Governo do Estado na eleição de 2018 (veja vídeos abaixo).

“Hoje, mais do que nunca, sei que sou vítima de uma tramoia sórdida, covarde, uma grande farsa, executada por dois bandidos, os ex-procuradores do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot e Pedro Taques, desencadeada com único objetivo de impedir a minha presença no processo eleitoral de 2018”, disse Joaquim. Antes de entrar na política, Taques também foi procurador.

“Reafirmo agora que o senhores Janot e Taques - assassinos da minha reputação - operaram em conchavo, em conluio, para me impedir de ser candidato, de ser governador, armando essa monstruosa farsa para me impedir de ser governador”, completou.

Hoje mais do que nunca sei que sou vítima de uma tramoia sórdida, covarde, uma grande farsa, executada por dois bandidos os ex-procuradores do Ministério Público Federal procurador-geral Rodrigo Janot e do ex-governador Pedro Taques

Joaquim e os outros quatro conselheiros são citados na delação do ex-governador Silval Barbosa como supostos beneficiários de propina durante a gestão de Silval.

Antonio Joaquim também é acusado de lavar dinheiro na compra e venda de uma fazenda localizada no Município de Nossa Senhora do Livramento.

“Dois golpes”

O conselheiro afastado lembrou do imbróglio causado quando, em 2017, entrou com pedido para se aposentar da Corte de Contas. O pleito foi negado pelo então governador Pedro Taques, que à época chegou a consultar o STF pelo fato de o Supremo ser o responsável por conduzir os procedimentos referentes à operação que afastou Antonio Joaquim .

“Para mostrar como esse impostor foi rasteiro, ignóbil. O senhor Pedro Taques naquela época tinha acabado de assinar a aposentadoria do saudoso deputado Jota Barreto [...] que também havia sido citado pelo Silval em sua delação. Alias, em uma situação mais complicada porque ele apareceu em vídeo, eu não apareci em vídeo”.

“Como podemos classificar posturas diferentes para situações iguais? Senão como uma ação deliberada com intuito de prejudicar, de impedir alguém de ser candidato. Enfim, ele conseguiu me atingir com seu segundo golpe. Primeiro foi o afastamento. O segundo, impedir minha aposentadoria”, completou.

Venda de propriedade rural

Victor Ostetti/MidiaNews

Antonio Joaquim

O conselheiro afastado: "Não existe um fiapo de prova do meu envolvimento a não ser a palavra do delator, bandido confesso [Silval Barbosa]"

O conselheiro ainda afirmou não haver veracidade na denúncia que trata da fazenda, localizada no Município de Nossa Senhora do Livramento.

O ex-governador Silval disse em delação que, no ano de 2011, combinou com empresário Wanderley Faccheti Torres, proprietário da empresa Trimec, o retorno de R$ 300 mil a R$ R$ 400 mil mensais, a título de propina, em razão da prestação de serviços que seria executada pelas empresas, em conjunto com a Strada Construtora, na contratação de mão de obra para as patrulhas do Estado.

Ele afirmou que parte desse dinheiro foi utilizada para comprar uma propriedade de Antonio Joaquim. Segundo ele, o valor do terreno ficou estabelecido em R$ 10 milhões, mas, na documentação, foi declarado que a negociação custou menos da metade: R$ 4 milhões.

“Essa é a farsa da farsa. Eles estão querendo criminalizar um negócio imobiliário que eu fiz em 2012. Eu vendi uma propriedade minha, com sete anos já no meu Imposto de Renda. Eu vendo a propriedade e querem criminalizar dizendo que eu cometi um crime. Como vou vender uma fazenda minha, que tenho há 7 anos, para receber propina? Qual a lógica? Essa é a grande farsa da farsa”.

“Não há indício. Uma imagem, um documento, não existe um fiapo de prova do meu envolvimento a não ser a palavra do delator, bandido confesso [Silval Barbosa]. Não há no inquérito nada que possa subsidiar essa afirmação que ele está fazendo. Não há, nem haverá, nada que possa me envolver nesse tipo de exposição que ele fez em relação a mim”, afirmou.

Veja vídeos:

Afastamento mantido

No voto que levou à manutenção do afastamento de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) por mais 180 dias, o ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), citou que a Polícia Federal identificou indícios de possíveis práticas de dissimulação patrimonial dos investigados.

Sobre Antônio Joaquim, o inquérito identificou, conforme o voto do ministro, vendas de áreas de terra, em outubro de 2014, para a empresa Trimec Construções e Terraplanagem, nos valores de R$ 4.655.805,67 e R$ 2.017.194,33.

“As transações, em razão de suas peculiaridades, vêm sendo investigadas como possível simulação, considerando-se, inclusive, que a mesma pessoa jurídica Trimec Construções aparece também nas transações suspeitas do conselheiro José Carlos Novelli”, diz trecho do voto.

Também foi identificada a quitação, por Antônio Joaquim, em junho de 2015, de cédula de crédito rural no valor de R$ 1.975.000,00.

A autoridade policial ainda teria identificado empréstimos concedidos pelo conselheiro afastado ao seu genro, Rafael de Oliveira Cotrim, nos valores de R$ 593 mil e R$ 315 mil, em 2014.





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