Seis mulheres são mortas em 15 dias em MT
Seis mulheres foram mortas em Mato Grosso nos primeiros 15 dias de março deste ano.
No dia 1º de março, Luzinete Maria Feitosa, de 57 anos, foi encontrada sem vida dentro da casa dela.
O crime ocorreu no bairro Cohab Durval Tomas em Nova Brasilândia, a 223 km de Cuiabá.
Testemunhas tiveram que arrombar a porta da residência para saber se a vítima estava no local.
Ela tinha ferimentos no rosto, estava sem roupas e a suspeita é que ela tenha sido enforcada.
As telhas do banheiro estavam fora do lugar, o que levou os policiais a acreditaram que foi por onde o criminoso entrou.
O autor do crime seria de fora da cidade e estava na região para trabalhar em um laticínio. Ele teria sido visto pedindo carona com as roupas sujas de sangue um dia anterior.
No dia 3 de março Gabriely Auxiliadora Souza Silva, de 20 anos, foi baleada na frente da casa da avó dela em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Ela morreu no dia 5, após ficar dois dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da cidade.
Segundo a Polícia Militar, testemunhas afirmaram que dois homens em uma motocicleta preta atiraram contra um rapaz, mas acertaram a vítima. A situação ocorreu no bairro Paiaguás.
Na frente da casa da avó da vítima os policiais encontraram duas cápsulas de pistola calibre 9 milímetros.
Já no dia 9 de março, Marlene Roque da Cruz, de 39 anos, estava sozinha em casa no Distrito Ouro Branco, município de Nova Canaã do Norte, a 696 km de Cuiabá, quando foi morta.
Uma testemunha relatou à polícia que encontrou a vítima caída na área da casa, já sem vida.
Essa testemunha foi buscar os filhos da vítima na escola e foi para a casa onde a encontrou.
Não há informações sobre como Marlene foi morta. Um suspeito foi visto saindo do quarto da vítima e levando uma quantia em dinheiro.
No dia 10 de março Salvina dos Santos Vidal, de 74 anos, foi assassinada em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, Salvina dos Santos Vidal, de 74 anos, saiu para caminhar no começo do dia e desapareceu. O corpo dela foi encontrado em um terreno baldio horas depois.
A vítima estava sem roupas e com ferimentos pelo corpo. Exames devem apontar a causa da morte e se a idosa foi vítima de abuso sexual.
No dia 11 de março Renata Oscar de Castro, de 28 anos, foi morta depois de se recusar a pegar uma cerveja para o marido em bar em Querência, a 912 km de Cuiabá.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal começou a discutir e o marido agrediu fisicamente a mulher.
Uma das testemunhas relatou que a briga começou porque a vítima não quis pegar uma lata de cerveja no freezer do bar para o marido, Petrônio Aziano da Silva, de 47 anos.
O homem foi até o balcão do bar, pegou uma faca e acertou a vítima em três lugares.
No dia 12 de março Celina Deusa do Nascimento, de 33 anos, foi morta no meio da rua em Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá.
Ela era servidora da Prefeitura de Alta Floresta e atuava como agente de endemias.
O principal suspeito é o ex-marido dela.
Uma testemunha contou à polícia que o suspeito mora no Pará e veio a Mato Grosso para visitar o filho que tem com Celina.
O casal foi visto caminhando pela e logo em seguida Celina foi atacada com golpes de faca.
Ela foi encontrada ferida pedindo socorro. O Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou a vítima para Pronto Socorro, mas não resistiu e morreu por volta de 22h.
A arma utilizada no crime, uma faca do tipo peixeira, foi encontrada na rua.
Feminicídios
O número de feminicídios em Mato Grosso aumentou 279% nos últimos três anos, de acordo com relatório divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O aumento foi gradativo ano a ano. Foram 29 processos abertos por feminicídio em 2016; 83 em 2017, 108 em 2018 e 110, no ano passado.
Nesse mesmo período, entre 2016 e 2019, 70 mil novos processos por violência doméstica começaram a tramitar na Justiça de Mato Grosso. Em 2019, foram 20 mil novos casos de violência doméstica, o que corresponde a 50% a mais que em 2016.
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