Efeito pandemia
Mendes prevê queda na arrecadação e não descarta atraso no salário Governador reforçou necessidade de servidores continuarem trabalhando
O governador Mauro Mendes (DEM) estima uma queda de 20% a 30% na arrecadação do Estado para o próximo mês, em razão da pandemia da Covid-19 (novo coronavírus). Por conta disso, o democrata disse haver a possibilidade de gerar reflexos no pagamento dos salários do funcionalismo público.
A receita de Mato Grosso mensal gira em torno de R$ 1,6 bilhão e a folha dos servidores fica na casa dos R$ 600 milhões mensal, aproximadamente.
“Essa crise vai atingir muita gente. Nós servidores públicos temos que ter claro o seguinte: não podemos ser uma ilha na sociedade. Está todo mundo em crise, só nós que não?”, questionou Mendes.
“Claro que não gostaria que isso [atraso nos salários] acontecesse. Mas há uma possibilidade de a arrecadação cair dev20% a 30% no próximo mês. Como vamos fazer se entrar 20% ou 30% menos de dinheiro? Tomara que não aconteça. Mas essa é a previsão”, acrescentou.
Claro que não gostaria que isso [atraso nos salários] acontecesse. Mas há uma possibilidade de a arrecadação cair 20%, 30% no próximo mês. Como vamos fazer se entrar 20% 30% menos de dinheiro? Tomara que não aconteça. Mas essa é a previsão
As declarações foram dadas em entrevista à TV Centro América nesta terça-feira (24).
Na ocasião, o governador demonstrou severa preocupação com os impactos da pandemia no caixa do Estado.
Ele citou que Mato Grosso deve ter queda significativa na arrecadação de ICMS da energia elétrica e de combustíveis, por exemplo, já que muitas empresas estão fechadas neste período e há uma menor circulação de veículos nas cidades.
A arrecadação do ICMS dos combustíveis é a maior fatia da arrecadação tributária de Mato Grosso.
“Olha a quantidade de carro que está andando na rua. Se está andando pouco, gasta muito menos combustível, entra menos ICMS. Se as indústrias e se as empresas param, não consomem energia elétrica e, aí, é menos ICMS. Há uma probabilidade de cair muito nossa receita”, disse.
“Sem dinheiro, como a gente paga? Minha vontade é pagar todo mundo. É liberar todo mundo de pagar ICMS. Agora, como vou pagar os salários se não entrar receita no Estado?”, questionou.
Continuidade de trabalhos
Ainda durante a entrevista, o governador afirmou que o Executivo atravessa um momento difícil e por isso a necessidade de adotar medidas com “cautela, juízo e muita responsabilidade”, de modo a minimizar os impactos de cada uma das ações.
Ele reforçou, também, a necessidade de que os servidores continuem desempenhando suas atividades, ainda que com jornada reduzida - de oito para seis horas diárias - e em esquema de revezamento.
“Se mandar todo mundo para casa, quem vai rodar folha de pagamento? Se os fiscais da Fazenda pararem de trabalhar, quem vai cuidar da arrecadação do Estado? Em um momento de crise, precisamos tomar cuidados, mas precisamos continuar trabalhando”, disse.
“Se parar, vai morrer todo mundo de fome. Isso trará tantas consequências que será muito ruim a todos nós. Estamos mantendo os controles de higiene, limpeza, de afastamento, mas precisamos trabalhar. Meu desejo é pagar todo mundo. Vamos torcer para que o dinheiro que entre no Governo permita isso”, completou.
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