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Cidades/Geral
Sexta - 27 de Março de 2020 às 09:43
Por: Thalyta Amaral/Gazeta Digital

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Valter Campanato/Agência Brasil

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren) publicou uma carta aberta repudiando a decisão do governador Mauro Mendes (DEM) de autorizar a reabertura do comércio no estado. Na nota, a entidade afirma que a medida irá penalizar os "menos favorecidos".

A crítica do Coren é ao decreto que autoriza a reabertura das empresas e que o isolamento social deve ser feito apenas por pessoas dos grupos de risco. A medida, segundo o governo, é para evitar um colapso da economia e que as pessoas passem fome.

"As autoridades comprometidas com a vida, profissionais de saúde e comunidade científica têm advertido que a transmissão do vírus se dá por via aérea e no contato direto entre pessoas, apontado o isolamento social e os cuidados com a higiene como as atitudes mais eficazes para o seu controle e prevenção", diz trecho da carta.

Entre os argumentos em defesa do isolamento social do Conselho estão o aumento da circulação de pessoas que a liberação do comércio irá trazer e que deixará mais pessoas expostas ao vírus.

"A circulação de pessoas pela cidade aumenta o risco para toda a população, em especial aos menos favorecidos que dependem do transporte público. Esta faixa social certamente ainda será a mais penalizada, já que não contamos com um serviço público de saúde capaz de atender e suportar a possível demanda decorrente dos casos de contaminação e adoecimento nas formas graves", enfatiza a entidade no documento.

O Coren ainda afirma que reconhece "os prejuízos provocados pelo isolamento social sobre a economia no geral, mas como profissionais da saúde entendemos que a vida é o bem maior a ser preservado".

E que "ficar em casa é também uma forma de proteger, reconhecer e respeitar quem não pode fazê-lo, em razão do seu dever de ofício".

Confira a carta na íntegra


"O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso vem a público manifestar repúdio ao Decreto N.º 425/2020, do Governo de Mato Grosso, que flexibiliza as orientações de isolamento social, como medida sanitária ao controle de propagação do Coronavírus, ao tempo em que reafirma tais medidas como potente proteção no sentido de evitar a crescente incidência da Covid-19.


As autoridades comprometidas com a vida, profissionais de saúde e comunidade científica têm advertido que a transmissão do vírus se dá por via aérea e no contato direto entre pessoas, apontado o isolamento social e os cuidados com a higiene como as atitudes mais eficazes para o seu controle e prevenção.


Hoje (26/03, 17H:30Min), tem-se 2.832 casos confirmados no país (sendo nove em Mato Grosso) e 77 mortes. Segundo o Ministério da Saúde, o pico de contaminação ainda não foi atingido.


Diante deste cenário, a circulação de pessoas pela cidade aumenta o risco para toda a população, em especial aos menos favorecidos que dependem do transporte público. Esta faixa social certamente ainda será a mais penalizada, já que não contamos com um serviço público de saúde capaz de atender e suportar a possível demanda decorrente dos casos de contaminação e adoecimento nas formas graves. Já conhecemos a trágica realidade em países desenvolvidos/ricos como a Itália, Espanha entre outros, com a devastadora ação do Coronavírus.


Manifestar repúdio à decisão do Chefe do Executivo estadual, é reafirmar a preocupação com a insegurança em que trabalham os profissionais de enfermagem. Ficar em casa é também uma forma de proteger, reconhecer e respeitar quem não pode fazê-lo, em razão do seu dever de ofício. Nós, profissionais de enfermagem, estamos na linha de frente e as condições em que atuamos já se mostraram precárias e inseguras na maioria dos serviços.


Assim, o Coren-MT vem a público clamar à população que mantenha as orientações de isolamento social e cuidados com a higiene, em especial, aqueles cidadãos enquadrados no grupo de risco: diabéticos, hipertensos entre outras doenças crônicas, gestantes e idosos, acima de 60 anos.


Reconhecemos os prejuízos provocados pelo isolamento social sobre a economia no geral, mas como profissionais da saúde entendemos que a vida é o bem maior a ser preservado.


A colaboração de todos é essencial, pois as próximas semanas serão decisivas. Não podemos correr este risco. Fique em casa, pelo bem de tod@s..


#Fiqueemcasa"





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