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Cidades/Geral
Sexta - 27 de Março de 2020 às 15:27
Por: Bruno Garcia e Douglas Trielli/Mídia News

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Victor Ostetti/MidiaNews

O secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que em pronunciamento na TV, na última terça-feira (24), comparou a pandemia do novo coronavírus a uma "gripezinha" ou "resfriadinho" e culpou a imprensa pelo que considera clima de histeria instalado no País.

Em conversa com o MidiaNews, Possas disse que quem tiver “o mínimo de lucidez” não seguirá os direcionamentos dados pelo presidente.

“A pessoa que tiver o mínimo de raciocínio lógico e um pingo de lucidez não seguirá os conselhos do presidente. Vai entender que estamos seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e dos infectologistas”, disse.


“O ministro da Saúde, [Luiz Henrique Mandetta] está seguindo essas orientações e o que o presidente disse é contrário do que o ministro vem pregando até agora. Eu tenho certeza que está certo o ministro e a OMS”, acrescentou.


Em momentos de crise você separa o homem do menino, o corajoso do covarde, o líder do liderado

Para o secretário de Cuiabá, Bolsonaro está mais preocupado com a economia ao invés da preservação de vidas.

Possas ainda questionou a permanência de Mandetta à frente dos trabalhos de enfrentamento do coronavírus no País.

“Em momentos de crise você separa o homem do menino, o corajoso do covarde, o líder do liderado. Nesse momento de crise, você tem as grandes pessoas, que vão tomar as atitudes que irão repercutir e salvar vidas. Então, se o ministro continuar, terá que se posicionar, porque o que o presidente disse o contrário do que ele vem pregando até agora”, afirmou.

“Não tomamos nenhuma medida que fosse por vontade e nem de acordo com a ideia nossa. Observamos todos os pareceres técnicos dos especialistas e dos grandes infectologistas do Brasil e do grupo de atuação do próprio Ministério da Saúde, que veio a Cuiabá dois dias antes de tomarmos as medidas”, disse.

Vida e dinheiro

Possas de Carvalho ainda afirmou que existe uma repercussão financeira em cima das medidas tomadas pela Prefeitura. E que não tem dúvidas de que ações para preservar a vida humana são mais importantes do que dinheiro.

“O que adianta dinheiro no bolso e o cara morto por aqui”, reforçou.

“Então acho que temos que fazer o dever de casa e é isso que estamos fazendo, queremos evitar o contágio. Muita gente vai ser contaminada? Vai. Muita gente vai sentir os efeitos? Vai. A maioria vai ser assim. Mas existem os grupos de risco que vão ser afetados e pode levar a um alto índice de mortalidade”, completou.





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