Sem urnas
Mauro diz ser cedo, mas prevê que eleições municipais serão adiadas Governador cita que MS projeta que pandemia estará controlado só em setembro
O governador Mauro Mendes (DEM) lembrou na tarde desta quinta-feira (02) que seu pedido — bastante criticado por todos os candidatos — para adiar a eleição suplementar anteriormente prevista para o dia 26 de abril foi a atitude correta a ser tomada. “Não é uma coisa assim tão fantástica. Era óbvio que isso precisaria ser feito. Era só acompanhar as notícias”, disparou, lembrando que sofreu uma chuva de críticas e delas só foi poupado pelo ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD).
Segundo ele, o adiamento da eleição foi com base em dados técnicos. "Quem criticou, estava pensando no seu umbiguinho. Era óbvio que chegaria ao Brasil. Foi adiada sabiamente e já imaginou estar fazendo reuniões políticas agora. ", frisou.
Sobre a possibilidade de adiamento das eleições municipais de outubro, Mauro analisou que o assunto tem que ser avaliado mais a frente, mas a tendência é a suspensão. "Não sabemos até quando irá essa pandemia. O Ministério da Saúde prevê que lá por setembro isso deve estar diminuindo e dificilmente teremos condições de entrar num processo eleitoral. Como faremos reuniões lá por agosto e setembro com gente? Faremos só reuniões virtuais? Ainda é cedo para tomar a decisão, mas temos que analisar bem", opinou.
Na mesma entrevista, Mauro se defendeu das críticas do Fórum Sindical por ter sancionado uma suplementação de R$ 124 milhões para o Judiciário, sendo R$ 31 milhões para Verba Indenizatória. “O sindicalista olha para o interesse que cabe a eles, mas eu não estou aqui para olhar só para eles. O tempo vai demonstrar que vou tomar as decisões corretas e mais justas para enfrentar este período”, disse em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Record).
Garantiu, entretanto, que só tomará decisões que puder defender, inclusive judicialmente. Ademais, suas decisões têm que ser aprovadas pelos 24 deputados em sessão oficial na Assembleia Legislativa. “É uma prerrogativa do Tribunal de Justiça [os R$ 31 milhões na pandemia], é ele quem tem que explicar isso, não eu, governador. O TJ fez esse pagamento. Existe um orçamento e uma regra na constituição brasileira, na constituição estadual e eu tenho que cumprir. O orçamento de cada poder é da responsabilidade desse poder, para administrar e fazer de acordo com o que está previsto na peça orçamentária. Quem tem que explicar isso são os poderes que tem a liberdade constitucional de gastar aquilo que está no orçamento”.
A Assembleia Legislativa, inclusive, devolveu R$ 30 milhões para colaborar na luta contra a crise trazida pela Covid-19. Tudo, entretanto, lembrou o apresentador, é regulamentado pela Sefaz (Secretaria de Fazenda). Mauro explicou que seus poderes são regulamentados pela Constituição Federal. “O secretário de Fazenda seguiu a lógica da separação entre os poderes, a autonomia desses poderes e dos órgãos ligados a eles. Temos que seguir essas regras, se fizermos diferente, respondemos judicialmente. Esse dinheiro é do Judiciário, do Funajuris, não é um dinheiro que eu possa me apropriar dele. Gostaria, mas não posso”, ironizou.
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