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Terça - 07 de Abril de 2020 às 10:08
Por: José Pereira/TVCA

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Os servidores da rede estadual de educação não tiveram os contratos renovados devido à suspensão das aulas, como prevenção ao novo coronavírus, e estão sem receber os salários neste ano. Mato Grosso tem cerca de 10 mil servidores temporários na rede estadual de educação.

Uma parte desses funcionários, que trabalhariam em escolas onde o ano letivo ainda não começou, não tiveram os contratos assinados. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) justificou que não tem amparo legal para realizar as contratações sem que as escolas estejam funcionando.

Segundo a secretária de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, o estado tem dois calendários letivos. O primeiro teve início no dia 10 de fevereiro. “Todos os professores das 428 escolas que começaram o ano podem ficar tranquilos, pois foram contratados, estavam em efetivo exercício e não terão o contrato suspenso ou cancelado”, garantiu.

Já o ano letivo em outras 250 escolas estaduais, previsto para começar as aulas no dia 23 de março, foi suspenso. Marioneide disse que chegou a discutir a possibilidade de efetivar esses contratos, mas afirmou que, ao efetivar um contrato sem que aulas sejam iniciadas, é considerado ato de improbidade administrativa.

O Sindicado dos trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) disse que vai se reunir com autoridades públicas, nesta semana, para cobrar soluções para que os servidores temporários da educação não fiquem sem os salários. Jussandro Melo é professor de história e foi contratado provisoriamente pelo governo, mas, diferente dos professores concursados, ele está sem receber o salário. "Nosso último salário foi em janeiro, referente ao mês de dezembro do ano passado. De lá para cá são quase seis mil pessoas que não tem como suprir as necessidades da família”, relatou.

O professor de educação física, Claudinei de Souza, afirmou que está com dificuldades para manter as despesas da casa e não sabe o que vai fazer durante esse período de recesso das aulas. “Temos família, esposa, filhos que dependem da gente para trazer o sustento do dia a dia para dentro de casa”, disse.

A pedagoga Francisca também não teve o contrato renovado e o dinheiro na casa dela já começou a faltar para pagar as contas. Ela afirmou que o salário que recebia era a única fonte de renda da família e que o gasto é alto devido aos problemas de saúde do marido, que faz tratamento para o coração e está afastado do trabalho.

Francisca trabalha para o estado há oito anos. “Temos que implorar para o governo dar uma assistência”, lamentou.





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