Coronavírus
Arcebispo pede isolamento durante a Páscoa: a Igreja está dentro dos fiéis
Há 15 anos em Cuiabá - e 45 como sacerdote católico - o arcebispo Dom Milton, de 74 anos, nunca teve de cancelar ritos e ficar somente com missas transmistidas pela rádio e internet durante a Semana Santa e a Páscoa. A pandemia global do novo coronavírus levou as autoridades católicas a tomarem tal medida. Defensor do isolamento, como única forma de evitar disseminação rápida do vírus, ele prega que a fé tem que ser exercida no lugar mais seguro: na própria casa dos fiéis.
Ao , Dom Milton afirma que o isolamento vai fazer com que os fiéis percebam que a religião não é exercida somente dentro da paróquia ou catedral, mas com eles e dentro de casa. A isso, ele chamou de "igreja viva".
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Momento é propício para praticar a fé dentro de casa, defende o arcebispo Dom Milton
Para Dom Milton, os católicos vivem um momento histórico de descobrirem que a "igreja viva" está dentro de cada um. Isto por que, antes, viam a igreja como único lugar para exercer a fé. Mas o arcebispo pontua que o momento histórico que o mundo passa por conta do coronavírus vai mudar essa visão. "As igrejas físicas, de alvenaria, são um reflexo dos lares. O ambiente natural do cristianimo é o lar", diz.
Citando ainda as palavras do Papa Franscisco, a mais alta autoridade da Igreja Católica, o arcebispo diz que a "Páscora ressoará no silêncio da cidade" neste ano de 2020, com as cidades em quarentena para evitar o contágio pela Covid-19.
Para os mais beatos, que se lamentam com a perda dos ritos litúrgico neste ano, Dom Milton afirma que o isolamento não está empobrecendo a Semana Santa. "Pelo contrário, está sendo de muita fraternidade. Dentro das familias está havendo a participação de filhos e pais. É uma outra igreja que estava deixada de lado", afirma.
O arcebispo se mostra esparançoso. Acredita "que vai nascer um mundo novo", que "vai nascer uma nova sociedade" e as desigualdades irão cair, após o coronavírus. Faz apelo também para agradecer aos trabalhadores que atuam em atividades essenciais neste momento de risco. "Precisamos agradecer tanto a esses heróis".
Mas, em seguida, cobra: a população precisa colaborar. "Precisamos nos responsabilizar pela saúde do outro. Para cuidar da minha é preciso cuidar da saúde do outro também. O inimigo é invisível. Por isso, é preciso estar em casa. O remédio agora é prevenção", defende.
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