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Até início de julho, 100% dos leitos de UTI podem estar ocupados Levantamento aponta que houve um aumento de 6,2% da taxa de crescimento percentual diário médio de casos de Covid-19
No período de 24 a 30 de maio passado, houve um aumento de 6,2% da taxa de crescimento percentual diário médio de casos de Covid-19 e de 42,2% da taxa de aumento percentual semanal médio, em Mato Grosso.
No mesmo período, foram registrados em média 150 novos casos por dia.
Se forem mantidas as mesmas taxas, 100% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) estarão ocupados no dia 2 de julho.
O levantamento foi apresentado pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT).
No boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT), datado da última terça-feira (2), havia 188 pacientes com Covid-19 hospitalizados, sendo 86 em UTI e 102 em enfermaria.
Segundo o órgão estadual, no Estado, a rede do SUS dispõe, atualmente, de 162 leitos de UTI e 772 leitos de enfermaria especificamente para pacientes com coronavírus. Destes, a taxa de ocupação era de 30,2% e 7,3%, respectivamente.
Diante de quadros como estes, a Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa irá convocar os secretários de Saúde do estado, Gilberto Figueiredo, e de Cuiabá, Luiz Antonio Pôssas, para uma reunião, na próxima semana, na qual deverão prestar esclarecimentos acerca dos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19, causada pelo novo coronavírus.
O presidente da comissão, deputado estadual Dr. Eugênio (PSB) classificou como “extremamente grave” a denúncia apresentada pelo secretário de estado de saúde, Gilberto Figueiredo, em sua última visita à Casa de Leis, de que o município de Cuiabá teria cadastrado junto ao Ministério da Saúde leitos de UTI destinados a atendimento de casos gerais como se fossem para Covid-19, com o objetivo de receber recursos do governo federal.
Para esclarecer a questão, o deputado Paulo Araújo (PP), sugeriu que os gestores fossem convocados para uma reunião com os parlamentares que compõem a Comissão de Saúde e seu requerimento foi aprovado por unanimidade.
“Nós vínhamos trabalhando com um cenário de 302 leitos disponíveis até anteontem. Ontem, no último boletim que o Estado lançou, já informava ter 231 leitos disponíveis pra Covid-19. Onde houve a redução de leitos disponíveis para Covid-19? O Estado projetou leitos que não estavam instalados e, agora, esses leitos não estão à disposição? O que explica essa redução no número de leitos disponíveis?”, questionou o deputado Lúdio Cabral.
PESQUISA - Com o objetivo de aumentar a compreensão sobre à Covid-19, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com três hospitais da região metropolitana de Cuiabá, iniciaram um estudo sobre como o corpo de cada um combate e reage ao novo coronavírus, tanto nos casos leves, quanto nos casos graves da doença.
De acordo com a professora Renata Slhessarenko, da Faculdade de Medicina, a hipótese investigada é que o quadro dos pacientes depende também da resposta imunológica que o corpo organiza.
"O combate ao vírus no corpo depende do perfil da resposta que o sistema imunológico de cada um de nós monta. Essa resposta pode combater o vírus pode ser eficiente, diminuindo a carga viral, ou não, o que levaria a um agravamento do quadro", explicou. "Esperamos compreender melhor que tipo de resposta imune é mais efetiva no combate e quais os ramos da resposta imune podem ser associados com a exacerbação da doença, ou com uma evasão do vírus à resposta imune", concluiu.
Para conduzir a investigação, os pesquisadores irão coletar amostras biológicas de pacientes com quadros leves e graves de Covid-19, para que possam fazer a análise da carga viral, o sequenciamento do vírus, a dosagem das citocinas, e a verificação dos HLAs do paciente.
Também será aplicado um formulário clínico epidemiológico montado para o projeto.
No caso de pacientes com sintomas leves, que evoluírem para quadros graves, uma nova coleta será feita, para que se possa analisar as mudanças na resposta imune que poderiam ter levado a isso.
A pesquisa será realizada nos hospitais Júlio Muller (HUJM), Santa Rosa e Pronto-Socorro de Várzea Grande e conta com a parceria do Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde.
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