Pandemia em MT
"Abrir tudo não é boa ideia", diz secretário sobre comércio Gilberto Figueiredo alerta para crescimento de casos e reforça que cloroquina não é remédio indicado
O secretário de Saúde. Gilberto Figueiredo, disse que a pandemia está em "grave ascensão" em Mato Grosso, apesar de alguns poucos municípios que ainda não registraram casos.
Ele alertou que a ocupação das UTIs nas três maiores cidades - Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis - está crescendo de maneira abrupta, apesar de na Capital haver 30% de ocupação, pois era de menos de 2%, há duas semanas.
Para ele, o trânsito constante e intenso entre os municípios mais próximos, como Chapada dos Guimarães, e principalmente entre Cuiabá e Várzea Grande, separadas somente pelo rio, tem colaborado para o aumento exponencial dos casos.
Mas, o secretário defendeu o retorno das atividades econômicas porque a economia, pessoas e empresas, precisam manter-se.
“Cuiabá é o epicentro da pandemia e, agora, houve a flexibilização das atividades comerciais. Entendemos que é importante a economia não parar, as pessoas precisam ter uma atividade, senão, daqui a pouco, vai morrer mais gente por outras enfermidades do que por Covid-19. Mas, isso precisa ser feito de forma racional. Todos precisam entender que estamos numa curva ascendente e grave. Tivemos situações piores no passado, quando praticamente fechou tudo, como agora. E começa a crescer o número de casos, vai abrir tudo? Não é a melhor solução. O risco vai aumentar”, afirmou.
Figueiredo alertou sobre o erro de achar que, por ser jovem e aparentemente saudável, esteja a salvo. Ou que a cloroquina ou hidroxicloriquina seja remédio eficiente para tratar a Covid-19.
Para ele, algumas pessoas estão com uma falsa sensação de segurança de que a pandemia é realmente só uma gripe grave, mas tratável. Não é e não funciona como “prevenção”, segundo ele
“A medicação não é recomendada para ninguém. Esse é um assunto polêmico, existem protocolos estabelecidos para utilizar a cloroquina. Nós disponibilizamos a todos os hospitais de referência. Não recomendamos esse tipo de automedicação porque quem prescreve o que deve ser tomado é o médico”, reforçou.
Especialmente porque, para cada paciente, há uma reação e não há como determinar para quais ele pode ser mais nocivo, ter reações adversas e provocar inclusive ataque cardíaco.
“Não existe uma receita universal para todos, depende das comorbidades de cada um. Só o médico pode ter os exames de cada um e o histórico de saúde desse paciente para recomendar os tratamentos necessários”, disse o secretário.
"Não tem um desertor na nossa equipe, estamos trabalhando muito para tentar suprir a grande deficiência que existe no SUS do país. Não é uma peculiaridade de Mato Grosso, somos o penúltimo Estado em número de casos, mas vamos ser afetados como todos os demais, apesar de o sistema ser o melhor entre os países com mais de 100 milhões de habitantes, à parte qualquer problema", observou o secretário.
“Precisamos da colaboração da população para atravessar este período. Se puder, não saia de casa, evite aglomerações e os ajude a evitar uma correria exagerada aos hospitais”, completou.
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