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Terça - 14 de Agosto de 2012 às 15:31

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O produtor de Mato Grosso fez as contas e tirou o pé do acelerador na tomada de decisão para confinar o gado. Em abril, quando foi feito o primeiro levantamento de intenção de confinamento para 2012, o acréscimo registrado ficou em 14% com relação ao ano passado, com 929.942 mil cabeças, porém, o segundo levantamento realizado em julho o cenário era bem diferente e apontou uma queda de 20,4% com relação ao primeiro, com 740.422 mil animais. A variação na intenção de julho de 2012 com o ano de 2011, quando foram confinados 813.947 mil cabeças, o recuo é de 9%. “Na hora da tomada de decisão o produtor faz algumas perguntas simples: quanto custo, por quanto eu posso vender e quem vai comprar”, disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat – Luciano Vacari.

As explicações para esta queda vêm de diversos fatores. O preço da arroba do boi gordo registrou uma baixa de 6% de janeiro a julho deste ano e chegou aos patamares de 2010.   “Uma informação nada atrativa para o produtor investir no confinamento que é um sistema bem mais oneroso do que criar a pasto”, ponderou Vacari. Em contrapartida a variação nos preços do farelo de soja no mesmo período é de 122% superior e o do milho 32%, “uma consequência da seca nos Estados Unidos que atingiu em cheio a produção de grãos”. Somado a isso foi observado que as chuvas se prolongaram até o mês de junho, o que fez com que os produtores engordassem o gado a pasto por mais tempo, tirando a intenção de utilizar o sistema mais ostensivo. “Apesar de o confinamento estar crescendo, ele ainda é utilizado pelo produtor como ferramenta de engorda no período da seca”, analisou o superintendente da Acrimat.

Quando a intenção de confinamento para 2012 é comparada com os animais confinados  em 2011 por regiões, o cenário só é positivo em uma delas. A variação na região oeste deve crescer 6,3%, saindo de 159.905 mil cabeças em 2011 para 170.041 mil este ano. Mas, quando analisada a intenção dos produtores da região oeste de abril para julho deste ano, houve uma desistência de confinamento de 19,5% no número de animais. “Essa região cresceu porque os frigoríficos estão com confinamento próprio, como o Marfrig e o BRFoods”, revela o gestor do Imea - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária de MT, Daniel Latorraca, que coordenou o levantamento.

A região que mais recuou na intenção de confinar foi a noroeste. Em 2011 foram confinadas 147.790 mil cabeças e em julho desde ano, os produtores revelaram a intenção de confinar 90.426 mil cabeças, queda de 38,8%. Em abril a intenção era de atingir o mesmo patamar de 2011. O noroeste enfrenta problemas como o preço desvalorizado da arroba, concentração de abate em um único frigorífico, falta de opção para abater o gado e de infraestrutura. Na região noroeste a intenção para 2012 é 26,3% menor que 2011, o norte do Estado menos 14,6%, no centro-sul registro e queda de 12,1%, no médio-norte de 3,9% e no sudeste de 1,4%. A média geral ficou em 9% mais baixo.

Apesar desse cenário “não deve faltar boi gordo para o abate, já que a oferta continua grande, pela pouco representativa do boi confinado na escala”, prevê Luciano Vacari. Quando a questão é o preço da carne ao consumidor, Vacari é taxativo em afirmar que “não existe motivo para o varejo aumentar o valor da carne, pois além de ter uma margem de lucro que ultrapassa os 140% nos últimos 5 anos, não vai faltar boi para ser abatido”.

São feitos três levantamentos de intenção de confinamento por ano pelo Imea - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária de MT, através de entrevistas por telefone, com 140 confinadores de gado, produtores e empresários. A próxima pesquisa será realizada no mês de outubro.






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