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Terça - 14 de Agosto de 2012 às 13:00
Por: HELSON FRANÇA

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O vereador Deucimar Silva (PP) se disse tranquilo em relação à ação civil pública por reparação de danos que o Ministério Público Estadual (MPE) pretende mover contra ele, devido ao superfaturamento e sobrepreço constatados na “reforma” da Câmara Municipal de Cuiabá, em sua gestão, em 2009. Silva foi o responsável por ordenar as despesas e, como pede a ação do MP, pode ter que devolver ao erário mais de R$ 1 milhão.

De acordo com o promotor de justiça Célio Fúrio, além da ação por reparação de danos, foi instaurada uma investigação para responsabilizar as pessoas que participaram do esquema, como também para descobrir onde foi parar o dinheiro. Desde a semana passada, a investigação corre em sigilo, mas o vereador Deucimar disse que já foi ouvido pelo promotor.

“Quem não deve, não teme. Estou à disposição para esclarecer qualquer coisa, não tenho nada a esconder. O promotor está fazendo o trabalho dele e com certeza irá encontrar os verdadeiros culpados”, afirmou Deucimar, esquivando-se de qualquer suspeita.

Sobre os depoimentos colhidos, Fúrio disse ao Diário que “um está passando a culpa para o outro” e “que está muito claro que houve irregularidades. As provas são muitas”. Conforme o promotor, para que seja proposta uma ação civil pública por improbidade - que pode culminar na perda de direitos políticos, inelegibilidade e também em ressarcimento ao erário -, falta saber “quem foram os responsáveis pela ‘maracutaia’”.

O vereador voltou a jogar a responsabilidade pelas irregularidades à prefeitura, “que executou toda a reforma”. Deucimar alega que, antes de dar o sinal verde para a reforma, os relatórios sobre as obras passaram pelo crivo do Tribunal de Contas e de outros órgãos.

“Já prestei todas as informações à CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da Câmara. Não existe nada contra mim”.

Ainda em 2011, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) chegou a ser instaurada para “investigar” as irregularidades na “reforma” da Câmara Municipal, porém, em abril deste ano, foi arquivada.

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Mato Grosso (Crea/MT) e o TCE constataram que, dos R$ 3,8 milhões orçados para a execução da obra, 33,66% do valor não foi realizado ou especificado. Os problemas foram encontrados não apenas no telhado, mas também nos banheiros, almoxarifado e sala de imprensa.

Segundo o Crea, as torneiras de pressão custaram R$ 6 mil cada, contudo nenhuma foi colocada. A telha de alumínio foi superfaturada: cada metro quadrado custou R$ 300 e, no total, o gasto ficou em R$ 641 mil. Na categoria hiperfaturado, consta o vaso sanitário que, conforme a equipe técnica, custou R$ 9 mil cada um, valor bem acima do praticado no mercado.




Fonte: DO DC

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