Em lixeira de prédio; veja
Câmeras flagraram Teis descendo escadas e descartando cheques O conselheiro afastado do TCE está preso desde a quarta-feira por tentar embaraçar investigação
As câmeras de monitoramento do Centro Empresarial Maruanã, em Cuiabá, filmaram a tentativa do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Valdir Teis, de esconder possíveis provas, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em seu escritório. As imagens o mostram descendo apressado diversos lances de escada.
O episódio aconteceu no dia 17 de junho, durante a deflagração de mais uma fase da Operação Ararath, que investigou um esquema de corrupção em Mato Grosso nos governos de Blairo Maggi e Silval Barbosa.
Inicialmente as imagens mostram Teis saindo do escritório onde tem uma sala, sendo imediatamente seguido por um agente federal, que o acompanha de longe, sem se aproximar e tentando não ser notado.
As várias câmeras instaladas ao longo da escadaria do edifício, que fica na Avenida do CPA, mostram Teis - de 66 anos - descendo apressado e o agente atrás, sempre mantendo distância.
Em determinado momento, o conselheiro para em frente ao elevador da entrada de serviço, no térreo do prédio. Ele então tira alguns papeis do bolso e os coloca em uma lixeira sem notar que o agente está atrás.
Ao perceber que fora surpreendido, Teis estende o braço e se apóia na parede do elevador, enquanto o agente filma a lixeira.
Segundo o relatório da PF, Teis foi flagrado tentando destruir cheques assinados em branco e canhotos de cheques. O relatório afirma que ele desceu correndo 16 andares de escada enquanto agentes estavam em seu prédio e teria jogado os cheques na lixeira.
R$ 450 mil
Segundo o Ministério Público Federal, os canhotos dos cheques somam mais de R$ 450 mil.
Teis foi preso na manhã de quarta-feira (1) na sede da PF. O pedido de prisão foi formulado pelo MPF em decorrência de o conselheiro ter tentado embaraçar a investigação.
Teis e outros quatro conselheiros – Valter Albano, Sérgio Ricardo, José Carlos Novelli e Antonio Joaquim – estão afastados do TCE desde 2017. Eles são acusados de receber R$ 53 milhões de propina do ex-governador Silval Barbosa para não colocar empecilhos em obras, principalmente as da Copa de 2014.
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