Prefeito cita "interiorização" do vírus e critica quarentena sem respaldo técnico Emanuel Pinheiro disse que 60% dos pacientes atendidos em Cuiabá são do interior
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) voltou a culpar as cidades do interior pela superlotação dos hospitais de Cuiabá na manhã desta sexta-feira (10). Segundo ele, a situação já era esperada porque o Governo de Mato Grosso não estruturou devidamente as unidades médicas dos municípios para atender os pacientes em meio a pandemia.
“Já é uma situação conhecida a sobrecarga no interior, com a pandemia, com desestruturação e a falta de apoio ao interior do Estado. Hoje a mídia reconhece isso. A grave interiorização do vírus está sobrecarregando a capital”, disse em entrevista a CNN Brasil.
Segundo ele, atualmente 60% das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está ocupada por pacientes de outros municípios, o que tem dificultado o atendimento a demanda de infectados que sugerge diariamente. “Ontem, fechamos aqui, só nos leitos exclusivos de Covid que a prefeitura disponibiliza para a população (95 ao todo), 60% de ocupação de pacientes do interior do Estado e 40% de Cuiabá. E tenho certeza que não é muito diferente na rede privada e nos leitos de gestão estadual”, complementou.
Nesta quinta-feira (09), a prefeitura de Cuiabá confirmou 5.922 casos de Covid-19 de residentes e 1367 de moradores do interior. No mesmo dia, foram registrados 288 óbitos de residentes e 138 de não residentes.
Emanuel destacou que em nenhum momento foi contra o “fecha tudo”, tanto que foi o primeiro prefeito a decretar tal medida, logo em março, o que garantiu tempo de informar a população sobre a doença e estruturar a rede municipal de saúde.
Segundo ele, é esse o motivo da Prefeitura de Cuiabá ter recorrido da decisão do juiz José Luiz Leite Lindote, da Vara Estadual da Saúde de Mato Grosso, que determinou a quarentena coletiva na Capital e em Várzea Grande. “Nenhuma medida é descartada com objetivo de proteger a saúde e a vida das pessoas. Agora, do ponto de vista político, há a conscientização de que precisamos não sobrecarregar e não demonizar Cuiabá. Decisões judiciais estão sendo tomadas sem nenhum respaldo técnico”, disse.
No fim, o gestor prometeu para a próxima semana, a instalação de de 20 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para tratar os pacientes em estado grave com a Covid-19 no Pronto-Socorro de Cuiabá.
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