Pensou em se matar
Menina revela estupro aos pais
Uma estudante de 13 anos denunciou aos pais que foi vítima de um estupro em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Segundo o relato do pai da adolescente ao G1 nesta segunda-feira (31), a vítima alegou que os abusos sexuais ocorreram por parte de um amigo dele, em dias que a menina foi visitar uma colega, familiar do homem. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Conforme registrado no boletim de ocorrência obtido pela equipe do G1, a mãe compareceu à delegacia na última sexta-feira (28) e relatou que a filha contou que, entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2020, sofreu diversos abusos sexuais por parte do suspeito.
A primeira vez em que relata ter sido vítima do crime, a garota tinha 11 anos, em janeiro de 2018, quando foi passar a noite na casa da amiga e o empresário, que é familiar da colega da adolescente, também dormiu no local com a família.
Segundo relatado à polícia, na data, a menina afirma que ele teria deitado em um colchão no chão, ao lado do sofá em que ela estava deitada assistindo desenho, quando introduziu o dedo no órgão genital da vítima. Apesar de sentir dor, ela contou que não conseguiu reagir. Após o ocorrido, a adolescente relatou aos pais que, até fevereiro deste ano, houve outras vezes que o homem acariciou ela, enquanto a abraçava.
A adolescente afirmou aos pais que não conseguiu contar sobre o estupro na época porque sentiu medo e vergonha. Conforme relatou, logo depois do crime chegou a conversar com a amiga, que a contou que o suspeito também passou a mão nela.
"Minha filha contou que ele dormiu com a família no colchão no chão da sala e ela estava no sofá assistindo desenho. Em um determinado momento, ele colocou a mão dentro do shorts dela e introduziu o dedo dentro dela. No dia do acontecido, minha filha tinha 11 anos e não teve reação nenhuma. Mas depois ela conseguiu escapar e foi para o quarto com uma das meninas", diz o pai da vítima, funcionário público de 43 anos.
Segundo relata o pai, apenas no dia 27 de agosto deste ano que a filha teve coragem de contar tudo a ele e a esposa, pois pediu ajuda, falando que após o ocorrido começou a se sentir depressiva e estava pensando em tirar a própria vida. O pai diz que o momento está sendo muito difícil para a família.
"Há cerca de 10 anos somos amigos dele [suspeito], tanto que frequentava a casa e o sítio dele desde que minha filha era pequena. Nós frequentávamos a casa do sogro dele também e de outros amigos em comum. Na casa do sogro dele tem duas meninas que são amigas da minha filha e uma delas tem a mesma idade que ela. Raras vezes minha filha pedia para dormir na casa do sogro dele, e eu confiava porque também ele é meu amigo", explica.
Conforme relata o funcionário público, foram em outras ocasiões que o homem apontado como autor do crime pela estudante se aproveitava para abraçá-la e passar a mão nela.
"Ele a acariciava em lugares que ela não achava certo. Ela ficou traumatizada com o que aconteceu, mas ao mesmo tempo com medo da minha reação de pai. Ela só contou porque já estava querendo atentar contra a própria vida e não estava mais aguentando segurar essa história", diz.
"Minha filha é uma menina linda, atleta de jiu-jitsu e judô, não merece passar por isso. Não quero expor ela, apenas quero justiça. Só vou conseguir tentar seguir minha vida quando ele for preso. Nesta segunda-feira vamos ao IML fazer corpo de delito e, independente de ter havido defloração ou não, o processo vai correr com ele em liberdade, porque não houve flagrante", diz o pai.
A família procurou um advogado e o caso foi registrado como estupro de vulnerável no 2º Distrito Policial de Itanhaém. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso segue em investigação pela Polícia Civil da cidade.
O G1 tentou contato com o homem apontado pela adolescente como autor do crime, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
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