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Agronegócios
Quinta - 03 de Setembro de 2020 às 10:00
Por: Dejane Arnhold/TVCA

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Comparando os resultados de abril maio e junho deste ano com o mesmo período de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) geral brasileiro, que é a soma de todos produtos e serviços produzidos no país, despencou 11,4%. Mas em meio a tantas quedas, tem setor que resiste e se mantém positivo É o caso dos produtos agropecuários. O PIB do agronegócio cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano, resultado do trabalho no campo, que não parou.

As pessoas estão comprando menos. Quem ia ao supermercado no segundo trimestre de 2019, por exemplo, garantia um número maior de produtos no carrinho. Agora, a despesa com o consumo das famílias é 13,5% menor.

De acordo com o IBGE, isso é explicado pelo período de pandemia, que trouxe o isolamento social, a paralisação de atividades e queda nos salários. Outros setores da economia nacional também tiveram reduções no Produto Interno Bruto.

A indústria teve queda de 12,7% no PIB, o maior percentual já registrado pelo setor, desde 1996. Construção e serviços, o que inclui o comércio, caíram mais de 11%.

Segundo Marcos de Rosa, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), a permanência na abertura de portos e o trabalho dos caminhoneiros foi essencial para manter o PIB no setor. “As nossas entidades pediram ao Ministério da Agricultura para que não fechasse os portos e permitisse que os caminhoneiros circulassem pelo país. Isso fez com que o resultado do PIB fosse positivo. Nós temos vendas no mercado futuro e elas precisam ser cumpridas. Se, por acaso, os portos estivessem fechados, nos teríamos PIB negativo, perda de produção de carnes e grãos”, disse ele.

Foi pelos portos que o país atendeu o seu principal comprador. O crescimento das exportações de produtos do agro brasileiro para a China foi de 30% no primeiro semestre deste ano.

Em Mato Grosso, a soja é o produto que mais agrada aos asiáticos. De janeiro a julho, o estado exportou mais de 20 milhões de toneladas do grão, sendo mais da metade para o mercado chinês.

O consultor da Simconsult, João Birkhan, destaca que o setor agropecuário tem expectativa de crescimento ainda neste ano. “A China deve importar cada vez mais. Eles estão com os estoques de milho praticamente zerados. Eles não eram importadores de milho e já estão importando cerca de 20 milhões de toneladas este ano. Nos tornaremos um grande fornecedor de milho também para a China.

O setor agropecuário é o único com expectativa de crescimento em 2020, é o que aponta a Confederação Nacional da Agricultura, que prevê ainda que o setor encerre o ano com aumento de 3,5% no PIB. “Por muitos anos o agro tem segurado os números da economia brasileira. E é o produtor que rompeu barreiras nas últimas décadas, tonando o território inóspito como no Centro Oeste, terras inférteis, em um celeiro mundial. Um país que até pouco tempo atrás era importador de alimento passar a suprir toda sua demanda interna e se tornar um dos maiores exportadores mundiais”, salientou Fernando Cadore, vice-presidente da Aprosoja.





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