Mato Grosso será o próximo estado brasileiro a contar com um laboratório de tecnologia contra lavagem de dinheiro. O espaço será montado mediante convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, com recursos do Plano Estratégico Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON). Será utilizado com a finalidade de ajudar as entidades da segurança pública na identificação de valores, bens e capitais originários de atividades ilícitas.
No Brasil, 16 laboratórios formam a Rede Nacional de Laboratórios contra Lavagem de Dinheiro, instalados e distribuídos em órgãos federais (DRCI, Polícia Federal e Receita Federal), nos Ministérios Públicos (Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, e do Distrito Federal e Territórios) e nas Secretarias de Segurança Pública dos Estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina e agora Mato Grosso, dentro da estrutura da Polícia Judiciária Civil.
De acordo com a Polícia Civil, o laboratório possibilitará a análise de grandes volumes de informações bancárias, fiscais e de outras naturezas, atuando como importante meio na produção de provas da movimentação financeira e tributária das quadrilhas que praticam crimes variados, entre eles o narcotráfico e contra a administração pública.
“No combate a uma organização criminosa, temos além de identificar e prender seus integrantes, trazer aos cofres públicos os bens, valores e dinheiros advindos das ações delituosas. Somente assim, abalando sua estrutura financeira é que conseguiremos fazer frente a criminalidade organizada”, afirma o delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Anderson Garcia.
O coordenador do Laboratório de Lavagem de Dinheiro do Ministério da Justiça, em Brasília, Roberto Zaina, diz que a partir dos dados bancários, fiscais, telefônicos e cadastrais, todos autorizados pela Justiça, o Laboratório aplica soluções tecnológicas e métodos de análise para a identificação de ativos ilícitos.
“Isto permite o corte do fluxo financeiro e a descapitalização da organização criminosa, propiciando o bloqueio e recuperação de ativos”, explicou.
“Uma das principais características da rede é o compartilhamento de experiências, técnicas e soluções voltadas para análise de dados, e, também, para a detecção da prática da lavagem de dinheiro e crimes relacionados”, detalhou Zaina.
Comentários