“O Dia dos Pais para mim não é mais um dia comercial. Hoje esse dia tem um sabor diferente, um sabor humano”. Essas são as palavras do vendedor Márcio Rogério Adolfo Fagundes, de 37 anos, que sofria de insuficiência coronariana e estava há mais de 30 dias internado à espera de uma cirurgia no coração, em Cuiabá. Ele foi operado no dia 2 de julho e, durante a recuperação, contou ao G1 como é comemorar o dia dos pais ao lado dos filhos.
Márcio Rogério mora com a esposa e os dois filhos. Ele afirma que antes da operação o grande medo era não ver a família dele novamente. “Depois de toda espera até chegar o momento da operação, você acaba refletido sobre o que realmente tem valor na vida”, relatou.
O vendedor que ressaltou que, com a correria do dia a dia, as pessoas perdem muito tempo com coisas que, segundo ele, são menos importantes. “O trabalho excessivo, a busca incansável por um statos de vida, a vida profissional. Tudo isso acaba fazendo você deixar a família e os amigos de lado. Isso ocorreu comigo, não cuidei da minha saúde e essa correria acabou desvalorizando o ser humano”, disse Márcio.
Ele contou que o relacionamento com o filho melhorou depois desse período. “Hoje, o simples fato de eu sentar com meu filho para jogar vídeo game com ele, é uma coisa maravilhosa. Antes eu dizia que isso era uma bobagem e não dava valor para essas coisas”, revelou ao garantir que depois da operação, tenta construir uma nova vida. “Como minha mãe diz, agora eu tenho outra data de aniversário”, ressaltou.
De acordo com Márcio Rogério, depois da operação, a família passou por um processo de reaproximação. “Eu e meu pai estamos mais próximos. Hoje existe um diálogo que antes não existia. Depois dessa fase da cirurgia, desenvolveu-se um outro elo de ligação familiar”, disse emocionado.
Márcio além de contar as dificuldades da operação fez questão de ressaltar que neste dia dos pais vai reunir a família. “Estou realizando o sonho de juntar minha família e dividir esse momento milagroso da vida, de estar vivo e feliz”, finalizou.
Justiça
A história de Márcio ficou conhecida depois que ele precisou recorrer à Justiça para conseguir a cirurgia que precisava. Como ele corria risco de morte caso não fosse operado com urgência, conseguiu uma liminar para que a cirurgia fosse feita. Mesmo assim, teve que esperar quase 15 dias para que a decisão judicial fosse cumprida.
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