Prisão em flagrante
Testemunha: adjunto contratava e fazia pagamentos na Casa Civil Wanderson de Jesus Nogueira foi preso com dinheiro que, segundo o Gaeco, seria propina
O ex-secretário adjunto da Casa Civil, Wanderson de Jesus Nogueira, que foi preso em flagrante na noite desta quinta-feira (24) em Cuiabá, tinha como função cuidar das contratações e pagamentos de serviços prestados à Pasta, onde era ordenador de despesas.
A informação consta no depoimento do secretário adjunto de relações com os Municípios da Casa Civil, Adjaime Ramos de Souza, que é colega e deu carona para Wanderson até em frente ao edifício em que ele mora, na Avenida do CPA, e onde aconteceu a prisão em flagrante.
Wanderson foi preso com R$ 20 mil que seria de propina.
"Que o depoente não conhece o senhor Thiago [Ronchi] da empresa TMF e sequer sabe dizer se essa empresa presta serviços ao Estado de Mao Grosso", consta nas declarações dadas por Adjaime. Thiago é dono da empresa e teria sido a pessoa quem deu os R$ 20 mil para Wanderson.
Ainda no depoimento, Adjaime afirmou que não presenciou o recebimento dos valores, uma vez que seu setor e o de Wanderson ficam em pavimentos distintos.
Conforme o colega, Wanderson não soube explicar a origem do dinheiro encontrado em sua mochila no momento em que foi abordado pelos policiais do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
“Que quando o depoente, que conduzia o veículo, parou o carro em frente ao prédio do senhor Wanderson, nas proximidades da loja Havan e Supermercado Comper, para que ele desembarcasse, percebeu a aproximação de agentes que se identificaram como policiais do Gaeco, solicitando que o senhor Wanderson desembarcasse do veículo”.
Que ao abrir a mochila preta, os policiais do Gaeco, na presença do senhor Wanderson de fato encontraram um envelope de papel branco contendo certa quantia em dinheiro
“Que o senhor Wanderson carregava sua mochila preta, como de costume, sendo que os policiais do Gaeco solicitaram informações acerca do conteúdo da mochila, eis que segundo eles havia denúncia de que o senhor Wanderson teria recebido dinheiro de origem ilícita pouco antes”.
“Que ao abrir a mochila preta, os policiais do Gaeco, na presença do senhor Wanderson de fato encontraram um envelope de papel branco contendo certa quantia em dinheiro, cujo valor o senhor Wanderson disse que era dele, mas não soube, naquele momento, explicar a origem”.
Já na sede do Gaeco, Wanderson disse que recebeu o dinheiro da venda de uma empresa chamado Gelo Mais Indústria e Comércio de Gelo para o empresário Thiago Ronchi Adrien Eugênio, da TMF Construções e Serviços Eireli.
O Gaeco checou as informações da Gelo Mais, que não estão em nome de Wanderson, e sim de Manoella Arruda Moura de Araújo, sendo que Wanderson foi sócio da empresa até 2016.
Os agentes foram até o local onde seria a sede da empresa, no Bairro Santa Cruz, onde havia apenas uma construção inacabada.
Em seguida, uma equipe policial foi até o endereço de Thiago Eugênio, no Coxipó, mas ele não residia mais no local. Às 20h43, um policial ligou para o celular do empresário, mas assim que ele se identificou como policial do Gaeco, a ligação caiu.
Segundos depois, Thiago retornou a ligação e negou que fez o pagamento a Wanderson. Ele disse que não conhecia nenhum Wanderson. Os policiais o convidaram a comparecer à sede do Gaeco, mas ele não foi e mandou um advogado.
Comentários