Famílias economizam ao trocar voucher Verdinho por alimentos na feira O projeto Recicla Verdinho, implantado no município de Campo Verde (a 140 km de Cuiabá), tem gerado uma economia considerável para as famílias dos alunos do Centro Educacional Paulo Freire
Além de ser um projeto ambiental da maior relevância por promover a conscientização ambiental com foco numa economia sustentável, o Recicla Verdinho, implantado no município de Campo Verde (a 140 km de Cuiabá), tem gerado uma economia considerável para as famílias dos alunos do Centro Educacional Paulo Freire.
O projeto foi construído pela prefeitura municipal através de parceira com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae/MT), no âmbito do programa Cidade Empreendedora e Sustentável – eixos Sustentabilidade e Fortalecimento da Agricultura Familiar -, tendo como braço financeiro cooperativa Sicredi Vale do Cerrado.
Inicialmente, o projeto piloto foi implantado no Centro Educacional Paulo Freire, envolvendo 320 alunos, das séries dos quarto e quinto anos, 12 professores e dois coordenadores.
Os alunos recolhem material reciclado – garrafas pet, latas de alumínio, embalagens Tetra Pak e de produtos de limpeza – e depois de lavados fazem a troca por um voucher chamado Verdinho. Dez unidades rendem um Verdinho que, por sua vez, vale R$ 1,00. Já foram trocados 12.686 volumes e 1.424 verdinhos foram distribuídos – a diferença ocorre porque em alguns casos, os responsáveis pela troca arredondam para mais ou para menos, dependendo da situação.
O Verdinho serve como “moeda” para a compra exclusiva de produtos da agricultura familiar na Feira Municipal da cidade. Posteriormente, os agricultores trocam o “Verdinho” na agência local do Sicredi.
Laura da Costa Rocha, 10 anos, aluna do 5° ano, tem garantido boa parte da alimentação de quase toda a família, até porque todos estão envolvidos na coleta que beira ou ultrapassa das 500 peças por semana. Ela mora com os avós e uma tia, mas outros tios e também primos que não estudam na escola onde o projeto está sendo desenvolvido ajudam na coleta do material.
Resultado, a feira é farta e todos se beneficiam. Aos sábados, a família inteira almoça junto e muitos ainda levam coisas para casa. A tia de Laura, Priscila Leite Rocha, 34, que é professora de matemática, revela que gastavam entre R$ 50 e R$ 60 por semana na feira, agora esse dinheiro é usado para comprar outras coisas. Laura destaca ainda que o projeto ajuda a natureza, na medida em que o material é reciclado reduzindo assim a poluição. Ela conta que já tinha a cultura da reciclagem em casa e agora só ampliaram as práticas.
Já Breno Henrique Marques dos Santos, 9, aluno do 4° ano, revela que não colocava em prática os cuidados ambientais e começou a fazer isso com o projeto. Ele também envolve toda a família e já chegou a coletar 790 peças, a maioria latas de alumínio.
Desde que o projeto começou, vai à feira toda semana e compra tudo com o Verdinho. “Sempre sobra e deixo alguns para a semana seguinte”, conta animado, acrescentando que, no último sábado (19), comprou até um frango caipira. Sua mãe, Francielly Fernanda Marques, 31, diz que o Verdinho tem ajudado bastante na economia da casa. Compram, em média, R$ 50 em produtos na feira toda semana.
Segundo Breno, antes compravam tudo no mercado e agora passaram a ir à feira toda semana. “Adoro verduras e legumes e a variedade na feira é grande. Além disso, os produtos são mais fresquinhos”, constata, ciente de que não se trata apenas de uma troca, mas de uma ação em prol do meio ambiente.
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