ALÉM DA COVID-19
Xavantes em Mato Grosso vivem epidemia de diabetes
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou que os indígenas da etnia xavante vivem outra epidemia além da covid-19: o diabetes. A doença é um dos fatores que aumentam a mortalidade da covid-19 e também trazem outras consequências para a saúde, como a perda da visão.
Os pesquisadores analisaram indígenas das reservas Volta Grande e São Marcos. Entre os examinados, 60,5% tinham o diagnóstico de diabetes, doença que pode causar problemas oftalmológicos como a retinopatia diabética, que leva à perda da visão se não for tratada corretamente. Dos indígenas diagnosticados com diabetes, 16 apresentaram retinopatia diabética, sendo que 7 corriam risco de cegueira.
Essa não é a primeira vez que um estudo mostra que o xavantes têm sido mais acometidos pelo diabetes. Uma pesquisa anterior já havia apontado que a doença atingia 19,3% dos indígenas da etnia. Outro estudo indicou que 66,1% deles apresentavam síndrome metabólica, condição na qual doenças cardiovasculares e diabetes ocorrem ao mesmo tempo.
Entre os motivos para o aumento dessas doenças está a mudança nos hábitos alimentares nas últimas décadas. "Esse grupo indígena que tradicionalmente era caçador-coletor tornou-se mais sedentário e modificou sua dieta tradicional nas últimas décadas, incorporando novos alimentos com alto teor de açúcar", explica o autor do estudo, Fernando Korn Malerbi. (Com informações da assessoria).
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