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Sábado - 24 de Outubro de 2020 às 07:44
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Luciana Oliveira
Luciana Oliveira

Desde o início da pandemia da Covid-19, o mundo espera por uma vacina eficaz e que possa conter o avanço do novo coronavírus, que já matou mais de 3,7 mil pessoas em sete meses, somente em Mato Grosso.

Contudo, a adesão ao futuro antígeno tornou-se, nos últimos dias, epicentro de um debate político por parte das autoridades públicas do país.

Nas ruas de Cuiabá, a população se divide entre os que aguardam com esperança a chegada do imunizante e os desconfiados.

Atualmente, há 33 vacinas sendo produzidas na fase “1”, ou seja, em teste de segurança de dosagem.

Há outros 15 imunizantes na etapa “2”, que consiste na verificação de segurança mais abrangente e também 11 antígenos na fase “3”, entre elas, a Coronavac, Moderna e da Oxford.

A partir daí, há ainda uma 4ª etapa em que o imunizante passa a ser de uso restrito em casos emergenciais e, após, vem a aprovação pelos órgãos reguladores.

No Brasil, a vacina precisa ter o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Desenvolvida pela farmacêutica chinesa em parceria com o Instituto Butantan, que fica em São Paulo (SP), a Coronavac se tornou tema de debate entre o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador daquele Estado, João Doria (PSDB).

Na quarta-feira (21), após o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello declarar em reunião por videoconferência com governadores no dia anterior a intenção de compra das 46 milhões de doses, o presidente respondeu a comentários no Facebook e disse que a Coronavac, a qual se referiu como "a vacina chinesa de João Doria", não será comprada pelo governo federal.

Bolsonaro chegou a dizer que "qualquer coisa publicada, sem qualquer comprovação, vira traição". Mais tarde, em outra publicação, ele disse que o povo brasileiro "não será cobaia da vacina chinesa".

Contudo, na mesma fase de ensaios clínicos, está o antígeno da farmacêutica AstraZeneca, cujos testes são conduzidos pela Universidade de Oxford em parceria com o Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Nas ruas de Cuiabá, as pessoas se mostram divididas sobre a adesão ou não ao futuro imunobiológico contra a Covid-19.

“Tenho acompanhado algumas coisas sobre a vacina. Se chegar e se eu tiver oportunidade pretendo tomar sim”, disse a costureira Sônia Maria Aragão, 55 anos.

Contudo, ela se mostra desconfiada em relação ao imunizante chinês.

“É um pouco duvidoso por que gente ouve tantos comentários em relação às coisas que vêm da China e que, na minha opinião, dá um pouco de receio. Mas, depois que alguém foi vacinado e não tiver nada, pode ser que eu vacino”, acrescentou.

Morador de Várzea Grande, Orlando Rodrigues da Silva, 60, defende a vacinação em massa. “Acho que todos têm que tomar. Já temos várias vacinas aí e não tem porque não tomar agora”, acredita.

“Nosso problema é político. Acho que o governo federal encrencou com a China e acha que tudo que vem de lá é ruim. Sendo devidamente aprovada, acho que todos devem tomar. Não sou favorável a obrigatoriedade, mas acho que cada família tem que ter consciência da importância de vacinar”.

De opinião semelhante é o funcionário público Luciano Ferreira da Silva, 43 anos. “A vacina tem que ser testada para confirmar que vai ser efetiva no controle da Covid-19 e, se tiver disponível, posso tomar, sim”, afirmou.

“O que eu vejo é que o presidente faz uma guerra ideológica contra a China e acho que não é por aí por que o Brasil é parceiro da China, que compra muito produtos, principalmente, do agronegócio e nós importamos também outros produtos da China, mas ele quer fazer uma questão ideológica com esta questão da vacina e política também, o que eu não concordo”, criticou.

“A vacina tem que seguir todos os protocolos e científicos. Isso que tem que ter e não ideologia”, completou.

Também funcionária pública, Luciana Oliveira, 46, disse que pretende tomar a vacina, mas desde que não seja da China.

“Porque não confio e porque o vírus foi criado na China. Foi criado em laboratório e isso é claro. Tem uma outra que também está sendo produzida pelo Brasil e foi a que deu uma luz no fim do túnel. Essa eu posso tomar”, disse, se referindo a Oxford.

NÚMEROS DA PANDEMIA - Nas últimas 24 horas, Mato Grosso registrou oito mortes causadas pela Covid-19.

Foram notificadas 751 novas confirmações de casos da doença no Estado.

A Secretaria de Estado de Saúde notificou, até a tarde desta quinta-feira (22), 138.888 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso.

Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19 estão: Cuiabá (27.617), Rondonópolis (10.186), Várzea Grande (9.829), Sinop (6.752), Sorriso (6.140), Lucas do Rio Verde (5.835), Tangará da Serra (5.574), Primavera do Leste (4.787), Cáceres (3.423) e Campo Novo do Parecis (2.864).

Até agora, no total, são 3.766 mortes causadas pelo coronavírus no Estado.





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