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Nacional
Sexta - 30 de Outubro de 2020 às 09:44
Por: Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Pesquisa do Datafolha revelou que 38% dos brasileiros que não têm veículo próprio acreditam que a bicicleta é o meio mais seguro para se locomover durante a pandemia de covid-19, seguida por aplicativos de viagem (35%) e táxi (9%). Já o transporte público coletivo atingiu apenas 4% de preferência na opinião dos entrevistados.

Quando analisada a Região Metropolitana de São Paulo, aplicativos de mobilidade são considerados por mais da metade da população como sendo o meio de transporte mais seguro (56%). Bicicleta com 21% e transporte público coletivo com 8% vem atrás como modais mais seguros para quem não tem veículo próprio.

Para os brasileiros, os critérios mais importantes para escolher o meio de transporte durante a pandemia são grau de aglomeração (29%), a segurança que o transporte oferece (20%) e, empatados com 14%, a facilidade de acesso ao meio e o risco de contaminação. Já na Região Metropolitana de São Paulo, 30% disseram que o aspecto mais importante para a escolha é o grau de aglomeração. O risco de contaminação (16%) e a segurança que o transporte oferece (16%) vem logo em seguida como fatores mais importantes e a facilidade de acesso fica em quarto lugar (13%) como fator de decisão.

Para o morador do bairro da Vila Maria, zona norte da capital paulista, Rodrigo Gomes, 36, há preocupação em usar o transporte público coletivo por conta da aglomeração. “Eu tenho preocupação de usar o transporte coletivo porque está muito lotado mesmo na pandemia, a gente sabe que a prefeitura não deixou o transporte todo operando, então continuou lotado, principalmente no horário de pico, então eu tenho muita preocupação”, disse.

Antes da pandemia, ele usava a bicicleta como meio de transporte para ir ao trabalho e atividades de lazer, mas deixou de usá-la porque passou a trabalhar remotamente. “Não me sentia seguro também para usar bicicleta porque tinha medo da contaminação no começo, hoje já acho que poderia utilizar, mas como estou trabalhando em homeoffice eu não estou utilizando”. Em relação aos aplicativos, ele diz que tem evitado “mas em emergência prefiro o uso de um aplicativo do que do transporte coletivo, que eu acho que teria mais possibilidade de contaminação”.

Em relação à preferência pelos aplicativos de mobilidade, o levantamento mostra que 61% dos brasileiros acreditam que esse hábito vai aumentar, enquanto 10% acreditam que deve ficar igual e 29% acreditam que o serviço deve diminuir. Na região metropolitana, os números revelam uma tendência ainda maior para o aumento do hábito, com 66%.

Quando perguntado qual o grau de importância de ações para prevenir o contágio da covid-19 no uso dos aplicativos, o uso de máscaras pelo motorista e usuário ficou em primeiro lugar, sendo citada por 79% dos entrevistados. O fato do carro ter sido higienizado por uma empresa especializada ficou em segundo (74%) e a disponibilidade de álcool em gel para motoristas e usuários em terceiro (71%). Na RMSP, o grau de importância também se manteve alto entre esses três itens.

A pandemia reforçou ainda mais o uso da bicicleta para Rafael Moralez, 47, que mora no bairro da Pompeia, zona oeste da capital paulista. Ele contou evitar o máximo o uso de transporte público e de aplicativos: “mesmo chovendo vou de bicicleta”. Desde criança, ele usa a bicicleta como meio de transporte e como atividade física. “Quando mudei para São Paulo em 2002 continuei usando a bicicleta para me locomover na cidade para fazer compras, visitar lugares que queria conhecer e até mesmo para sair a noite, mas naquela época eram poucas as pessoas que pedalavam”, contou.

“Não me sinto seguro em lugares com concentração de pessoas, como ônibus, metrô ou mesmo carros de aplicativo e táxis, por mais que tome cuidado há o risco de contaminação. A bicicleta permite me locomover com segurança pelas vias com ciclovia, nas ruas que não tem vou com cuidado”, disse. Para ele, a melhor saída para o transporte é usar a bicicleta e, se for necessário, o uso de carros de aplicativo. Durante a pandemia, ele utilizou aplicativos apenas duas vezes.

Mesmo com máscara e tomando todos os cuidados recomendados pelas autoridades de saúde, ele não se sente seguro em usar transporte público coletivo. “Prefiro me organizar para ir de bicicleta. Nas duas oportunidades que tive que ir de carros de aplicativo foram viagens curtas, mas a sensação de usar esse tipo de transporte não foi boa. Acredito que ainda vai demorar um bom tempo para usar metrô e ônibus de forma tranquila.”

Entregas

A pesquisa, encomendada pela Uber, revelou ainda aumento no uso de aplicativos de entrega. De acordo com o levantamento, somente 47% da população havia utilizado um aplicativo de entrega antes da pandemia, enquanto o número de pessoas que fez um pedido durante a pandemia foi 72%. Na Região Metropolitana de São Paulo, o número de pessoas que já havia utilizado algum tipo de aplicativo de entrega foi maior que a média nacional, com 59%, e o número de pessoas que fez algum tipo de pedido na pandemia foi de 76%.

Entre os brasileiros que usaram o aplicativo de entrega na pandemia, 76% revelaram ter aumentado a frequência no uso desses aplicativos. Na região, o índice de pessoas que aumentou o uso chegou a 73%.

Os motivos que levaram a essa mudança foram detalhados pela pesquisa: risco de contaminação, apontado por 59% dos entrevistados, e praticidade do serviço, com 43%, foram os fatores mais importantes para os usuários considerarem o uso desse tipo de aplicativo durante a pandemia.

A pesquisa ouviu 3.271 pessoas acima de 16 anos entre 16 de setembro e 7 de outubro de 2020 em todas as regiões do país.

Edição: Maria Claudia





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