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Agronegócios
Segunda - 02 de Novembro de 2020 às 17:48
Por: Rita Comini/Da Assessoria

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Nada mais natural que piscicultura seja uma atividade econômica importante na maior região alagável do planeta, o Pantanal. E assim é. Ela vem se expandindo nos últimos anos em Mato Grosso e a região pantaneira revela-se como uma área de crescente interesse econômico pelas atividades aquícolas.

Mato Grosso tem mais de 2.5 mil produtores de peixes registrados no Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), sendo que cerca de 500 atuam em áreas localizadas nos municípios pantaneiros de Poconé, Cáceres, Barão de Melgaço, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio do Leverger.

A produção de pescado de cultivo do Estado é de 49.400 toneladas/ano, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que 25% são cultivados nos municípios acima citados. Do total produzido, 46.280 toneladas são de peixes nativos, com predominância de redondos, formados pelo pacu e tambaqui e seus híbridos tambacu e tambatinga; brycons (piraputanga e matrinxã); bagres de couro (pintado); e pirarucu. O tambaqui e o pacu são as espécies mais produzidas em cativeiro na região até porque apresentam uma expressiva produtividade.

Mato Grosso apresenta um grande potencial para o desenvolvimento da atividade aquícola devido à abundância de água doce, clima favorável e alta demanda de consumo interno e externo. Culturalmente, a população da região pantaneira e Baixada Cuiabana tem o hábito de consumo de peixe maior do que a média do Estado.

Economicamente, a produção de peixes contribui para o mercado turístico e de alimentação fora do lar. Ao substituir o extrativismo, que pode levar à extinção de espécies nativas, a piscicultura comercial ajuda a diminuir a pressão sobre os rios possibilitando a preservação natural das espécies nativas.

É também uma oportunidade para pequenos e médios produtores ingressarem no agronegócio, visto que o investimento inicial é menor do que outros sistemas produtivos de proteína animal.
Assim como qualquer outra atividade, a piscicultura exige acompanhamento técnico especializado para sua implantação e bom desempenho.

Desde 2005, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae MT) implemente o projeto de piscicultura com foco no desenvolvimento e profissionalização da atividade no Estado, por meio da aplicação de boas práticas sustentáveis, gestão dos empreendimentos, legalização da atividade, melhoria da qualidade do produto, promoção, aumento do consumo e da competitividade do setor com agregação de valor e apoio à industrialização.

Além do atendimento direto nas propriedades, as ações englobam ainda o fortalecimento de uma governança sólida para o setor e o resultado palpável é a formalização e reconhecimento da Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), parceira em inúmeras iniciativas do projeto, tais como eventos, missões técnicas acesso a mercado. Foi desenvolvido o Manual Técnico para regularização do pescado no estado de Mato Grosso com informações para o empreendedor que pretende desenvolver as atividades de abatedouro frigorífico de pescado (entreposto) e unidade e beneficiamento.

Para o desenvolvimento da atividade é necessária manutenção da área de cobertura vegetal das propriedades para não prejudicar a captação e o lençol freático, que muitas vezes abastecem ou permitem a permanência da água nos viveiros. Assim, desmatamento, queimadas, extrativismo e utilização de agrotóxicos podem acarretar danos à biodiversidade e sérios prejuízos às atividades econômicas da região pantaneira, entre elas a pesqueira que sofre riscos sanitários e sociais.

A cadeia produtiva da piscicultura gera emprego e renda e engloba desde aquisição e transporte de insumos, compra e reparo de máquinas e equipamentos, mão de obra operacional e técnica, produção de alevinos. Os peixes prontos são direcionados a frigoríficos, mercados, pontos de venda em feiras, restaurantes e bares.





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