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Sexta - 18 de Dezembro de 2020 às 12:11
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Secom-MT
A partir de 2021, a Escola Presidente Médici vai funcionar por meio de uma gestão compartilhada com a Polícia Rodoviária Federal
A partir de 2021, a Escola Presidente Médici vai funcionar por meio de uma gestão compartilhada com a Polícia Rodoviária Federal

Trabalhadores da rede estadual de ensino protestam contra a proposta de militarização de determinadas escolas pelo Governo de Mato Grosso.

Na quinta-feira (17), eles realizaram uma manifestação em frente à Escola Estadual Presidente Médici, uma das mais antigas e tradicionais de Cuiabá, na Avenida Mato Grosso.

A partir do ano que vem, a unidade funcionará por meio de uma gestão compartilhada com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Na Presidente Médici, são cerca de 1.300 estudantes, do 7º ano do ensino fundamento até o 3º ano do ensino médio, e mais de 700 profissionais entre contratados e concursados.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), sancionada em julho deste ano pelo governador Mauro Mendes, a Lei nº 10.922 permite transformar as escolas públicas em colégios militares e contempla uma das principais agendas do Governo Bolsonaro.

Para o Sintep, a iniciativa representa o desmonte da Educação Pública no Estado.

Ao lembrar que a Presidente Médici tem sido palco, nos últimos anos, das lutas e conquistas da categoria, o professor Henrique Lopes disse que transferir a responsabilidade do ensino dos educadores para militares pode trazer sérios prejuízos no processo de aprendizagem.

“A militarização das escolas públicas é prejudicial, uma vez que não teremos profissionais da Educação devidamente qualificados para o processo de ensino-aprendizagem, já que o modelo proposto pelo Governo prevê a criação de um Programa de Gestão Compartilhada Cívico-Militar”, disse.

Lopes cobrou fortalecimento da Educação Pública.

“O Governo, ao invés de investir na Educação Pública, fortalecendo a gestão democrática, incluindo a comunidade escolar e respeitando os projetos políticos-pedagógicos das unidades de ensino, segue na contramão disso, criando uma cortina de fumaça para desviar a atenção da sociedade para essa falta de investimento, apresentando os militares como solução milagrosa, e fazendo isso de maneira unilateral, sem conversar com a categoria e nem ouvir os pais de alunos”, criticou Henrique.

Atualmente, Mato Grosso possui oito escolas militares, sendo sete da Polícia Militar, que estão localizadas nos municípios de Cuiabá, Confresa, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Juara e Rondonópolis (em fase de implantação), e uma do Corpo de Bombeiros, em Alta Floresta.

O presidente do Sintep-MT, Valdeir Pereira, destacou que a militarização da escola pública constitui práticas pedagógicas que restringe o que seriam princípios constitucionais do pluralismo de ideias e de concepções.

O dirigente alertou ainda para o desvio de finalidade da função da Polícia Militar, que é fazer a segurança da população.

“Além disso tudo, sabemos que, por tradição, as escolas militares destinam parte das matrículas para filhos de militares e a sobra é aberta para a concorrência dos demais estudantes. São recursos públicos, ou seja, de todos, assegurados para apenas alguns", criticou.

A reportagem do DIÁRIO procurou à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para tratar sobre o assunto, mas, até o fechamento desta matéria,não obteve um retorno.

Mas, conforme apurado, entre as alegações apontadas para as mudanças uma delas é de que algumas escolas localizadas na região central da capital passam por processo de esvaziamento ou evasão escolar.

Outra é a questão da segurança dos profissionais e dos alunos matriculados no colégio.

Assim, a parceria visa a fortalecer o processo educacional a partir de um suporte técnico por parte da PRF.

Os professores, técnicos e apoio técnico permanecem, a menos que queiram participar da gestão compartilhada. Já a direção da escola será de um representante da PRF.

Além disso, a informação é de que a Escola Presidente Médici não fará parte do projeto nacional de escola cívico-militar proposta pelo Governo Federal. O programa deverá ser diferenciado por meio da parceria.

Contudo, os estudantes que decidirem pela permanência ou se matricularem na unidade deverão assinar um termo de concordando com as mudanças.





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