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Cidades/Geral
Quinta - 04 de Fevereiro de 2021 às 13:08
Por: Caroline Rodrigues/Da Assessoria

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Organizações Não-governamentais, entidades ligadas ao turismo e ao setor produtivo do Pantanal de Mato-grossense e representantes do poder público se reuniram para iniciar o mapeamento das estruturas existentes para o combate aos incêndios florestais, bem como elencar as necessidades emergenciais da região, como a formação de brigadistas, aquisição de equipamentos e a desburocratização do manejo preventivo, como os aceiros, fogo controlado e perfuração de poços e tanques.

O encontro aconteceu na Fazenda Pouso Alegre, nesta terça-feira (2), a convite da Associação Civil do Ecoturismo do Pantanal Norte (Aecopan). Na ocasião, houve uma pequena solenidade de entrega de um tanque-pipa pela ONG SOS Pantanal. O equipamento ficará na região de Porto Jofre e aos cuidados da Aecopan.

Essa foi apenas uma das ações previstas pela entidade na região. Conforme Leonardo Gomes, a organização quer contribuir com a formação de 10 brigadas de voluntários contra incêndios no Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Do total, 6 serão na parte Norte, sendo duas na Transpantaneira, uma em Chapada dos Guimarães, uma em Santo Antônio de Leverger, uma na Fazenda Perigara e a última em Barão de Melgaço.

Nesses espaços, a Ong pretende atuar na formação dos brigadistas, com a ajuda do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, e o fornecimento de alguns equipamentos.

“Precisamos ter pessoas habilitadas perto do local onde se inicia o fogo. O tempo de resposta é menor, o que reduz a possibilidade de se perder o controle do foco”, explica Gomes.

Na opinião dele, para evitar que as chamas se espalhem, é preciso ter estruturas e saber como acioná-las de forma rápida. Também é necessário uniformizar a comunicação entre os envolvidos para que quando os bombeiros cheguem ao local, recebam as informações conforme o protocolo de atendimento.

“Queremos agir na interface entre o poder público e os locais. Desta forma, vimos como muito positivo o diálogo entre todos os envolvidos”, afirmou.

Atividades integradas com menos burocracias

Luiz Vicente da Silva Campos Filho, da Aecopan, afirma que a falta de comunicação foi um problema frequente durante o combate aos incêndios em 2020. Ele conta que houve registro de proprietários sendo penalizados pelo órgão ambiental por fazer aceiros que foram indicados pelo Corpo de Bombeiros, por exemplo.

Para Luiz Vicente, a conversa entre todos os envolvidos é importante para resolver essas questões, que roubaram energia, causaram dores de cabeça e o desgaste da imagem de ambas as partes, governo e pantaneiros.

Ele defende que é importante ter um plano de integração e que ele conte com a participação ativa da esfera governamental, que tem o poder decisório em muitas questões.

Benedito de Freitas, também da Aecopan, acredita que é preciso estratégia e ela conta com o fogo controlado durante a chuva, a limpeza de pastagens e a perfuração de poços para a captação e distribuição de água.

No ano passado, as equipes precisavam se deslocar por até 16 km para achar um ponto onde houvesse água para abastecer os caminhões, o que facilitou a proliferação do fogo.

Outro ponto importante é promover a qualificação não só de brigadistas como de outros profissionais, como operadores de máquina especialista em aceiros.

Após uma busca, o grupo achou o curso apenas em Rondonópolis e Lucas do Rio Verde. Além do mais, eles estavam focados em atividades agrícolas e de mineração, o que nada tem a ver com o combate aos incêndios.

“Aceiro é diferente. Não se trata de cavar um buraco e nem retirar a vegetação do local. É preciso técnica”, afirmou.

Alinhamentos começaram em janeiro

O pecuarista, representante do Sindicato Rural de Poconé e membro do movimento Guardiões do Pantanal, Ricardo Arruda, explica que várias reuniões estão sendo realizadas desde o começo do ano para tentar concretizar um plano de prevenção e combate aos incêndios florestais no Pantanal.

Muita coisa foi encaminhada, porém ainda há muito o que avançar para que tragédias como a do ano passado, quando 4,2 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, não se repitam.

“Foi uma reunião importante porque conseguimos aparar todas as arestas e dar continuidade a construção de uma política de gestão compartilhada dos incêndios florestais”, afirma Arruda.

Participaram da reunião Ailton A. Lara (Aecopan), Eledilson de Souza (Ong Panthera), Carlos Barroso (Oficial de reserva), Diego Arruda (SOS Pantanal), Leonardo Gomes (SOS Pantanal), Ricardo Arruda(Sindicato Rural de Poconé e Guardiões do Pantanal), Felipe Augusto Dias (SOS Pantanal), Gustavo de Carvalho Figueirôa (SOS Pantanal), Luiz Carlos Costa(Defesa Civil), Danielle Carvalho (Prefeitura de Poconé), Clebson Nogueira Silva (Defesa Civil) e Luiz Vicente da Silva Campos Filho (Aecopan) e Benedito A de Freitas (Aecopan).





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