Pandemia sem fim
Infecção em adolescentes e jovens é a que mais cresceu em Cuiabá Também chamou a atenção o incremento da taxa de incidência em crianças e jovens de 20 a 29 anos
A taxa de infecção pela Covid-19 em adolescentes e jovens de 20 a 29 anos foi a que mais cresceu desde 18 de julho de 2020 – 1.169% e 844% respectivamente, evidenciando aumento superior do risco de infecção nesses grupos etários, quando comparado com os demais.
É o que aponta o Informe Epidemiológico nº 4 de Cuiabá, elaborado pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e por pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva, do Departamento de Geografia e do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Tambem chamou a atenção dos pesquisadores o incremento da taxa de incidência em crianças, adolescentes e jovens de 20 a 29 anos, que se revelou muito maior do que para outras faixas.
Desde 18 de julho de 2020, por exemplo, a taxa de idosos aumentou cerca de 347%, enquanto a de crianças aumentou aproximadamente 782%, de adolescentes subiu 1.169% e de jovens de 20 a 29 anos de idade cresceu 844% evidenciando o aumento superior do risco de infecção nesses grupos.
A taxa de incidência trata-se de uma projeção matemática do risco da população adoecer, com base nos dados preexistentes sobre a doença.
Conforme o estudo, a taxa de incidência por faixa etária revela que a taxa mais elevada é a de adultos de 30 a 39 anos (10.753,5 infectados a cada 100 mil habitantes), seguida por 40 a 49 anos (10.555,9), 50 a 59 anos (9.731,5) e 20 a 29 anos (9.244,9), apontando para o risco maior de infecção por Covid-19 nos indivíduos em idade produtiva, principalmente em adultos de 30 a 39 anos.
Por outro lado, as taxas de incidência por sexo e faixa etária revelam riscos diferentes, sendo mais elevado para o sexo feminino de 0 a 59 anos e para o sexo masculino, a partir de 60 anos.
Entre os casos confirmados de Covid-19 em residentes em Cuiabá (46.753), prevalece o sexo feminino (55,0%), tendo, desde o início da pandemia, apresentado a maior frequência.
Dentro desse grupo, 247 eram gestantes, o que corresponde a 1,0%.
A idade média é 41,1 anos, sendo 25,4% dos casos da doença registrados entre adultos de 30 e 39 anos, tendo o grupo de 20 a 49 anos concentrado 64,8% dos casos; idosos representaram 14,3% (6.698) dos casos; crianças e adolescentes (0 a 19 anos) 6,5% (3.034) do total de casos.
Para a gerente de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães, o aumento do número de casos entre crianças e jovens pode ser explicado pelo comportamento da população, que, no início da pandemia, preservou mais as crianças e conseguiu manter o isolamento social.
Segundo ela, esse comportamento, no entanto, foi se perdendo ao longo do tempo, ao mesmo tempo em que jovens também se expuseram mais às aglomerações.
Em relação à prevalência de casos entre as mulheres, Flávia Guimarães afirmou que “não existe um fator biológico para isso.
"O que ocorre é que as mulheres têm mais o hábito de procurarem o médico do que os homens, o que incide nos dados estatísticos”, disse.
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