Botelho rechaça fraude e aponta que ‘alguém mente’
O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) afirmou que não existe a possibilidade de realizar auditoria no sistema de votação da Casa de Leis, alvo de críticas por parte do deputado Lúdio Cabral (PT) após a não derrubada do veto do Projeto de Lei Complementar (PLC) 36. Levantamento do jornal A Gazeta constatou que 13 deputados declararam publicamente ter votado pela derrubada do veto, mas apenas 11 votos foram computados.
“Não existe nenhuma possibilidade. O voto é secreto e se fizer isso, você acaba quebrando o sigilo da votação. Agora se estão falando que votaram para derrubar o veto, com mais votos do que foi computado no sistema é porque alguém está mentindo. A verdade é o que está no sistema que é 12 votos para manter o veto e 11 pra derrubar. Essa é a única verdade”, disse Botelho.
Cabral que é autor do projeto e propôs a auditoria diz que se sentiu traído pelos colegas, uma vez que 17 haviam firmado compromisso de votar pela derrubada do veto. “Eu fiz questão de monitorar cada deputado, conversei com a maioria deles antes e durante a sessão. Nós derrubamos o veto em relação a Empaer e a do RGA do Judiciário. Eu estava seguro de que no passo seguinte derrubaríamos a PLC 36 com a segurança de 17 votos. Quando apareceu o resultado, eu fiquei surpreso e decepcionado. Não tem sentido a mesma Assembleia, que em dezembro votou por unanimidade pela isenção, se subordinar à maldade do governo. Foi vergonhoso”, ressaltou o petista.
A confusão veio à tona no dia seguinte a votação. O jornal publicou uma lista com o nome de 11 deputados que haviam pronunciado durante a sessão que votariam pela derrubada do veto. Dois dos outros 12 que teriam votado para manter o veto reivindicaram o posto no grupo de apoio aos aposentados, o que somou 13 parlamentares, dando um resultado diferente do que foi anunciado durante a votação.
“Essa conta não está batendo, houve traição, houve covardia. Na próxima semana, eu vou cobrar o posicionamento público em plenário para que cada um diga como votou na tribuna. Se 14 deputados confirmarem pela derrubada do veto, nós temos que fazer uma auditoria no sistema”, disse Lúdio.
Botelho explica que não há possibilidade de fraude na votação. “Querer falar em fraude sem provas é a mesma coisa do Trump que diz que ganhou a eleição, mas não tem voto. O Bolsonaro mesmo fala que tem fraude em urna e não prova. Então alguém está mentindo”, disse o presidente.
Voto aberto
Já tramita na casa uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), de autoria do deputado estadual Paulo Araújo (Progressistas) que tem o objetivo de acabar com o voto secreto em todas as deliberações em plenário e nas comissões permanentes da Assembleia. A matéria já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) sob relatoria do deputado estadual Lúdio Cabral (PT) e aguarda ser coloca em pauta no plenário.
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