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Agronegócios
Terça - 16 de Fevereiro de 2021 às 11:38
Por: Rodrigo Meloni - Ascom/Acrimat

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Em julho de 2019, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu os requisitos para a importação de bovinos e bubalinos de países que integram o Mercosul. Foram afixadas regras tanto para animais adquiridos para abate imediato quanto para gado de engorda. No caso da importação de animais para abate imediato, as regras constam da Instrução Normativa 18/2019. Com a seca que atingiu o estado de Mato Grosso nos últimos dois anos, com mais impacto no ano passado, alguns setores da cadeia produtiva da pecuária cogitam a possibilidade de importar animais para abate.

A informação, não confirmada pelo Mapa, de que haverá abertura de importação para países fora do Mercosul, preocupa pecuaristas e entidades representativas, como é o caso da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

“Em relação a liberação da importação de bovinos e bubalinos de países da América do Sul, adquiridos para abate imediato, como intencionado por alguns frigoríficos que solicitaram licenciamento para o Mapa, tendo em vista que nada foi oficializado e não houve, também, consulta a entidades representativas do setor como a Acrimat, o que posso falar como pecuarista e como presidente de uma associação que defende os interesses dos pecuaristas, é que é preciso analisar o impacto dessa atitude com profundidade ”, diz o presidente da Acrimat, Dr. Oswaldo Pereira Ribeiro Jr.

De acordo com o pecuarista, MT sempre executou um trabalho extenso na área da sanidade animal, com o Mapa a frente e vários outros órgãos em auxílio, como o próprio órgão de defesa estadual – Indea presente nos 141 municípios de Mato Grosso, para atingir o status de livre da febre aftosa com vacinação, conseguindo retirar a vacinação em algumas localidades. O último caso da doença foi relatado há mais de 25 anos “Abrir para a importação nos colocaria em risco; pode ocorrer a reinserção de doenças entre o nosso rebanho, e isso é algo que nos preocupa”.

Em termos nacionais, o Brasil conta com um serviço de defesa sanitária certificado e auditado pela OIE, o que permite ao país comercializar sua carne para mais de 150 nações. A importação de animais, por vezes de origem onde não se observa o mesmo critério, é algo que pode prejudicar a comercialização do nosso produto.

O presidente da Acrimat ressalta que em relação aos preços, nada mudará. “A oferta de animais prontos pode resolver a situação de determinado frigorífico de certa região por uma, duas semanas. Mas, diante da possibilidade da importação, é importante chamar a atenção para o aspecto sanitário”.

A falta de animal pronto é uma realidade, existe uma escassez de animais devido a grande seca enfrentada pelos produtores mato-grossenses. “As chuvas estão voltando agora, e a recuperação de pasto só agora está se mostrando eficiente, o que nos dá a segurança em dizer que até março ou abril teremos animais prontos para abate”, analisa Oswaldo Ribeiro.

Do total do rebanho mato-grossense, que hoje chega a 30,1 milhões de cabeça. 85% são criados em pasto, e 15% em confinamento, o que assegura, com a retomada da normalização do regime de chuvas e a consequente recuperação das pastagens a entrega de animais prontos para abate nesse período. “E é sempre bom lembrar que a pecuária é uma atividade de produção e de médio e longo prazo, portanto estes animais prontos hoje já estavam programados há três, quatro anos; então o que temos hoje é porque o pecuarista trabalha e planejou e não por especulação”, finaliza o presidente da Acrimat.





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