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Quinta - 25 de Fevereiro de 2021 às 11:18
Por: Cíntia Borges/Mídia News

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MidiaNews
O ex-secretário de Segurança Rogers Jarbas e o ex-governador Pedro Taques
O ex-secretário de Segurança Rogers Jarbas e o ex-governador Pedro Taques

A análise das mensagens extraídas do celular do ex-secretário de Estado de Segurança, Rogers Jarbas, detectou uma conversa, em um grupo de WhatsApp, em que o então governador Pedro Taques diz que membros do Ministério Público Estadual (MPE) são "medrosos".

A conversa ocorreu em setembro de 2017, à época em que houve a denúncia na ação que apurava crimes quanto às interceptações telefônicas clandestinas ocorridas no governo Taques. O caso ficou conhecido “Grampolândia Pantaneira”.

Na conversa, o grupo chamado "Sem Arapongagem" (referência clara ao caso dos grampos) - que tinha como integrantes o governador e secretários de Governo - comentava uma declaração do desembargador Orlando Perri.

À época, em sessão do Pleno do Tribunal de Justiça, o magistrado criticou o MPE por não oferecer denúncia contra o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Siqueira Júnior, na ação que apura crimes militares relativos ao esquema.

No dia 15 de setembro daquele ano, um contato atribuído ao então secretário de Comunicação Kleber Lima posta o link de uma matéria do MidiaNews sobre a fala do desembargador – clique AQUI e leia a reportagem.

quanto mais esta fala do Perri for noticiada, melhor. No mínimo a associação do MP vai se manifestar. O inquisitor [se referindo a Perri] ficará puto! Não aceita ser contestado. Teremos uma pequena crise instalada. Isso fará com que use energia com o MP (e menos com a gente)

De pronto, o contato atribuído a Pedro Taques critica o magistrado: “É um juiz acusador”.

O então secretário de Comunicação aconselha os membros a deixarem Perri "brigar" com então chefe do MPE, o procurador Mauro Curvo.

O secretário de Segurança então intervém, acusa Perri de ser “inquisitor” e diz que com a ventilação da declaração do magistrado, o Poder Judiciário e o MPE entraram em colisão e assim esquecem as acusações relativas ao Executivo.

"Kleber, quanto mais esta fala do Perri for noticiada, melhor. No mínimo a associação do MP vai se manifestar. O inquisitor [se referindo a Perri] ficará puto! Não aceita ser contestado. Teremos uma pequena crise instalada. Isso fará com que use energia com o MP (e menos com a gente)", disse.

O então secretário de Comunicação concorda com Jarbas, mas Pedro Taques diz: "O MP não vai falar nada, são medrosos".

Rogers contesta: "A Associação fala. Basta cutucar. Se sair em vários sites, falarão".

Atualmente, tanto Rogers quanto Taques ainda são investigados quanto a participação no esquema de grampos ilegais em Mato Grosso.

Veja conversa:

Inquérito

O relatório de análise preliminar no celular do ex-secretário Roger Jarbas foi realizado pela equipe que integra a força-tarefa que investiga o caso da “Grampolândia Pantaneira” em Mato Grosso.

O relatório foi produzido a partir de conversas que Jarbas teve com diversas pessoas em 2017 por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp.

O aparelho celular foi apreendido na Operação Esdras, quando Jarbas foi preso por suposta tentativa de atrapalhar as investigações sobre as escutas clandestinas.

Conforme o levantamento, Jarbas teria se utilizado por vezes do cargo de chefe da Segurança do Estado para cooptar delegados da Polícia Civil para seu lado e tentar atrapalhar as investigações.

“Trata-se de uma análise preliminar [...] Durante o período de todas as conversas, Rogers demostra articulações políticas, traz para si a responsabilidade de dar suporte ao grupo político, de forma a blindar o Governo, fica evidente que por diversas vezes tenta atrapalhar a investigação sobre as interceptações ilegais, usa o cargo de Secretário de Segurança Pública para atrair seus pares delegados de Polícia”, conclui os investigadores no fim do documento, que tem 184 páginas.





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