Com alta ocupação, Hospital Metropolitano alerta para importância das medidas preventivas Para a gestora da unidade de saúde, o comportamento da população tem influenciado diretamente no aumento de pacientes em estado grave
Além da lotação dos leitos de UTI, o hospital se aproxima da capacidade máxima dos leitos de enfermaria. - Foto por: Maros Vergueiro/Secom-MT
Preocupada com as altas taxas de ocupação dos leitos de UTI Covid-19 no Hospital Metropolitano, que chegou a 95% nesta quarta-feira (10.03), a diretoria da unidade de saúde alerta a população sobre a importância das medidas que previnem o coronavírus.
Conforme a diretora do Hospital Metropolitano, Cristiane de Oliveira Rodrigues, das 80 vagas de UTI exclusivas para pacientes com coronavírus, apenas quatro estão disponíveis para pacientes encaminhados pela Regulação Estadual. Há ainda um leito de retaguarda disponível para os pacientes já hospitalizados na enfermaria da unidade.
Para a gestora, o comportamento da população tem influenciado diretamente o aumento de pacientes em estado grave. Segundo ela, as pessoas não estão se conscientizando e, dessa forma, sobrecarregam os hospitais.
“É muito triste a situação que vemos hoje, parece que não estamos vivendo uma pandemia. Vemos muitos jovens inconsequentes. Até com as medidas mais restritivas eles continuam aglomerando e sem máscara”, lamenta Cristiane.
Além da lotação dos leitos de UTI, o hospital se aproxima da capacidade máxima dos leitos de enfermaria. De acordo com o Painel Covid-19, dos 178 leitos destinados para pacientes com o coronavírus, 135 estão ocupados (76%).
“Estamos praticamente no nosso limite. Ainda temos pacientes em enfermaria com potencial de agravamento, podendo necessitar de uma UTI. Os profissionais estão lutando para manter esses pacientes estabilizados e evitar uma evolução rápida”, conta a gestora.
Cristiane espera que a população se solidarize com os profissionais da saúde, pacientes hospitalizados e os familiares enlutados. “Hoje faço um apelo para a população ter consciência de que não é brincadeira. Nós que estamos na linha de frente estamos vivendo como se fosse um cenário de guerra. Imploro para que as pessoas fiquem em casa, usem máscara, álcool, se cuidem e cuidem de quem amam”, pede a profissional.
Nova ala de UTI anexa ao Hospital Regional de CáceresCréditos: Tchélo Figueiredo - SECOM/MT
Aberturas de leitos
O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), abriu nos últimos 30 dias 90 novos leitos de UTI Covid-19, totalizando 498 leitos na Rede Pública de Saúde em Mato Grosso.
O secretário da pasta, Gilberto Figueiredo, informa que o Estado encontra dificuldade em abrir mais leitos devido a inúmeros fatores. “Estamos buscando todas as alternativas. Já publicamos processo letivos para contratação de profissionais, convocamos profissionais que queriam atuar neste momento ajudando o Governo do Estado, estamos remunerando melhor que o valor do mercado, mas neste momento, infelizmente, o mercado é escasso no Brasil inteiro, mas não vamos esmorecer. Nossa equipe está determinada e empenhada”, diz o gestor.
Gilberto explica que o Governo do Estado tem recurso financeiro para abrir novos leitos de UTI, mas ele reforça que além do dinheiro, é preciso profissionais aptos para aturem no tratamento intensivo, empresas e equipamentos qualificados para este perfil.
Para abrir um leito de UTI é necessário ter médico rotineiro, médico com habilitação em Terapia Intensiva, fisioterapeuta, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além de auxiliares administrativos.
“Apesar dessa dificuldade que o país passa para abrir mais leitos, o trabalho continua. Nossa equipe está trabalhando 24h por dia para fazer com que a gente tenha cada vez mais condição para atender a necessidade da população”, finaliza o secretário.
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