Mesmo com restrição, Estado tem baixo índice de isolamento social Segundo a Secretaria de Saúde, o nível de isolamento social dos mato-grossenses é de apenas 32%
Os primeiros 15 dias das medidas restritivas previstas em decreto pelo Governo de Mato Grosso, para conter o avanço da pandemia da Covid-19, ainda não surtiram o efeito desejado, a ponto de diminuir a transmissão do novo coronavírus.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o nível de isolamento social dos mato-grossenses é de apenas 32%.
"Isso é muito pouco para aquilo que a gente precisa. Precisamos ultrapassar, pelo menos, os 40% para que possamos fazer uma contenção e segurar o ritmo dessa pandemia. O Governo do Estado está apostando em mais um período nisso que estão chamando de minilockdown. Mas, se não for suficiente, medidas mais drásticas terão que ser tomadas. Então, é importante que a população, neste momento, faça um controle rigoroso das medidas sanitárias preconizadas até aqui", disse Figueiredo, em entrevista à Rádio CBN.
No Estado, as regras restritivas começaram a valer no último dia 5 e foram prorrogadas até o dia 4 de abril.
Figueiredo afirmou que não é vontade do governador Mauro Mendes decretar lockdown, mas essa medida não está totalmente descartada, se essa for a única saída.
"Eu, como secretário de Saúde, não gostaria que essa decisão fosse tomada. Mas, se for a única solução, depois de tentar esse convencimento junto aos setores econômicos, isso terá que ser tomado", afirmou.
Outra preocupação é o colapso no sistema de Saúde em nível nacional.
Para o secretário, o país perdeu o controle da intensidade com que o coronavírus e suas variantes assolam a população.
"A velocidade de infecção no país vai a 120 quilômetros por hora, enquanto a capacidade nacional de ampliar leitos, especialmente de UTIs, vai a 10 km por hora, face a complexidade de operacionalização de uma UTI", disse.
O resultado é o cenário caótico dos hospitais em diferentes estados, que enfrentam dificuldade no fornecimento de medicamentos, inclusive, de oxigênio.
"Quando falamos em colapso, não estamos falando apenas de leitos. É um colapso total, com a uma cadeia produtiva de tudo aquilo que é fornecido para a área da Saúde. Então, há colapso de profissionais formados na área para atender, há colapso no fornecimento de equipamentos de proteção, como luva e máscaras, colapso de equipamentos", destacou.
A garantia é de que Mato Grosso ainda dispõe de estoque do suprimento para atender a atual demanda.
Contudo, alguns municípios podem enfrentar dificuldades, se o número de infectados continuar crescendo.
"Essa é uma doença infectocontagiosa que agride, especialmente, o sistema respiratório, o pulmão. Agredindo o pulmão, o melhor remédio é o oxigênio. Isso não se vende na farmácia", completou.
A solução é a vacina, mas como ainda não há em quantidade suficiente para todos, é o comportamento da população que mudará o cenário.
"Enquanto não há vacina para todos, é importante que a população saiba que a participação, nesse momento, é individual e é crucial. Não temos condições de ofertar leitos para todos não há essa possibilidade", reforçou.
Figueiredo avaliou, ainda, que março tem sido um mês crítico em todo o país.
“Nós vamos conviver com casos de Covid-19 e de pessoas demandando por uma assistência o ano todo. A tendência de março ser o mês mais crítico já é lógico. O Brasil está no vermelho e a capacidade hospitalar já chegou no colapso. Muitas pessoas que poderiam ser salvas na unidade de Saúde não vão chegar a tempo. Então, este mês vai ser, sim, o pior mês da pandemia”, afirmou.
Dentre as medidas previstas no decreto do Governo, estão a proibição, de segunda à sexta, de todas as atividades econômicas ,das 19h às 5h.
Aos sábados e domingos, a proibição será após o meio-dia.
A exceção fica por conta das farmácias, imprensa, hospedagem, serviços de guincho, segurança e vigilância privada, serviços de saúde, funerárias, postos de gasolina, coleta de lixo, entre outros; supermercados poderão funcionar nos sábados das 5 horas às 19h.
Aos domingos, até o meio-dia, e toque de recolher a partir das 21h até às 5h, com proibição de circulação.
Até o começo da noite de quinta-feira (18), a Secretaria de Saúde notificou 282.595 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso.
Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19, estão: Cuiabá (60.860), Rondonópolis (21.974), Várzea Grande (17.849), Sinop (14.111), Sorriso (11.052), Tangará da Serra (10.517), Lucas do Rio Verde (9.882), Primavera do Leste (8.379), Cáceres (6.243) e Nova Mutum (5.501).
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