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Segunda - 22 de Março de 2021 às 12:42
Por: Allan Mesquita/Folha Max

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Um áudio que circula nas redes sociais e grupos WhatsApp mostra o desespero e indignação de uma moradora de Diamantino (181 quilômetros de Cuiabá), que perdeu o filho e o marido para o novo coronavírus. Ambos aguardavam na fila por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da cidade.

Na gravação, ela critica a falta de assistência das autoridades durante pandemia. A cobrança, em especial, é direcionada ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), que minimiza a pandemia e classifica a Covid-19 como uma “gripezinha”.

“Presidente do Brasil, tenha piedade. Você falou que era uma gripezinha, mas você tem dinheiro. E esse povo do Mato Grosso e de Diamantino sofrido? Cada hora que passa, a covid está aumentando no Nortão do Estado. Quem tem dinheiro paga UTI e quem não tem? Fica para o SUS esperando a morte chegar”, lamenta.

Com tom de voz bastante alterado, ela segue expondo a situação caótica que a população mais vulnerável enfrenta para encontrar leitos nos hospitais públicos. As unidades já entraram em colapso devido ao aumento no número de infectados.

Neste domingo (22), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou 286.693 casos e 6.813 óbitos por Covid-19. Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 493 internações em UTIs públicas e 565 enfermarias públicas. Isto é, a taxa de ocupação está em 98,83% para UTIs adulto e em 68% para enfermarias adulto.

Devido à explosão de casos, o Estado, inclusive, já está em alerta com risco de desabastecimento de oxigênio. “Cria vergonha na sua cara, vagabund* [Bolsonaro]. Você tem dinheiro e não está nem aí para a população pobre e humilde. Não está nem aí para quem está perdendo o filho chorando, desesperada e pedindo que Deus salve o filho e o marido”, complementou.

A moradora também reforçou o apelo da classe médica, que exige a determinação de medidas restritivas para a conter a contaminação no Estado. Na manhã desta segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) alertou que muitas pessoas podem morrer sem atendimento e sobrecarregar sistema funerário.

“Os médicos já estão cansados, as enfermeiras já estão cansadas, meu Deus tenha misericórdia de Mato Grosso. Tenha misericórdia de Diamantino”, pontuou.

Ao final, ela ainda faz um apelo pela vacina. “Que venha essas vacinas para o jovem, que estão matando e saindo. Crie vergonha na sua cara, vagabund*. Você tem dinheiro e nós pobres humildes temos que esperar pelo SUS”, finalizou.





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